A gasolina a quase R$ 7 têm pesado no bolso do consumidor. Com o aumento dos preços da commodity, alguns até repensam se preferem se deslocar de carro ou de transporte público para dar uma respiro à carteira. O combustível atualmente tem 41% do seu preço composto por impostos e sofreu nos últimos 12 meses um reajuste que elevou em 39% seu preço.
Entenda como os valores são definidos
Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), desde 2002 vigora no Brasil o regime que inibe qualquer tabelamento e/ou fixação de valores, não havendo teto para preços ou qualquer exigência de autorização oficial prévia para reajustes de combustíveis e derivados de petróleo.
Apesar de não possuírem valores fixados, a gasolina e o diesel passam por contribuições federais e estaduais para finalmente chegar às bombas dos postos. Os dois combustíveis têm a composição de preço exercido pela Petrobras nas refinarias, no entanto a composição dos valores varia de acordo com cada um.
O diesel avançou 9% nesta última quarta-feira (29), e o maior peso vai para o custo de produção, com contribuição de 52,1% no valor total. Já a gasolina tem a contribuição de 33,6% do preço final. São esses custos que sofrem maior influência de fatores externos, como a cotação internacional do petróleo e câmbio.
Em seguida, são adicionados os tributos federais, sendo eles: PIS/Pasep, Cofins e Cide representando 11,5% no valor da gasolina e 6,9% no preço do diesel. Consecutivamente é aplicado o ICMS, que representa o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. No diesel, o ICMS pesa 15,9 %, enquanto na gasolina 27,6% do valor total. Este imposto tem sofrido críticas do governo por não ter um valor fixo.
Por fim, acrescenta-se o custo de distribuição e revenda, que totaliza 10,4% da precificação da gasolina e 13,4% do diesel. A partir daí cada combustível tem uma taxação exclusiva, sendo o custo do etanol anidro sobre o valor da gasolina, que equivale a 16,9% e a incidência do biodiesel no diesel que representa 11,2%. As variações de todos esses itens são o que determinam o quanto o combustível vai custar nos postos.