Gasolina deve continuar a cair nesta semana

Os postos de abastecimento ainda não repassaram na totalidade a redução no preço da gasolina anunciada pela Petrobras (PETR4) na semana passada

Os postos de abastecimento ainda não repassaram na totalidade a redução no preço da gasolina anunciada pela Petrobras (PETR4) na semana passada, o que deve ser observado esta semana, avaliam fontes do setor. A expectativa também é de que nova queda de preços na refinaria da estatal ocorra entre junho e julho, para compensar a volta do ICMS sobre a gasolina em 1º de julho, conforme antecipou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As informações são do Broadcast.

Em entrevista ao Broadcast na semana passada, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, confirmou a conversa com Haddad sobre o assunto, e não descartou uma nova queda de preços. Mas, ressaltou Prates, isso só irá ocorrer se as condições forem favoráveis para a empresa, que apesar de ter abolido a paridade de importação (PPI), continua com o radar na volatilidade dos preços do petróleo no mercado internacional.

O petróleo do tipo Brent, que é referência para a estatal, vem oscilando entre US$ 70 e US$ 80 o barril este ano. Nesta segunda-feira (22), a commodity recuava 0,5%, para US$ 75,20. Enquanto isso, os preços dos derivados no mercado internacional estavam acima do mercado brasileiro, refletindo os reajustes da Petrobras.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina está 5% mais barata no Brasil e o diesel, 6% nos polos atendidos pela Petrobras. Nos polos atendidos também pelas refinarias privadas, essa diferença é de 6% e 5%, respectivamente.

Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostrou que na semana de 14 a 20 de maio a gasolina caiu apenas 0,5% nos postos de abastecimento, apesar da redução de 12,6% no dia 17 de maio. O diesel, também reduzido em 12,7%, caiu 1,9% no período para o consumidor final. Já o gás de cozinha, cuja queda foi de 21,6% nas refinarias, chegou ao consumidor com desconto de apenas 0,1%.

Segundo uma alta fonte do setor, geralmente quando o preço cai nas refinarias leva de quatro a cinco dias para ter impacto nos postos. Isso porque os motoristas aguardam o novo preço e os estoques demoram a cair. No caso de aumento de preço, o movimento é justamente o contrário, já que os motoristas correm para os postos para aproveitar o preço mais baixo.

“De hoje a quarta-feira devem ser feitos reajustes para baixo, mas onde houver mais competição reduz mais, onde tem baixa competição, reduz menos”, explica a fonte.

ICMS: reajuste no imposto pode gerar alta no preço da gasolina

Após a queda do preço da gasolina, anunciada na terça-feira (16) pela Petrobras, a entrada em vigor da alíquota única e fixa do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deverá trazer aumento no valor do produto. A partir de 1º de junho, a cobrança será de R$1,22 por litro em todo o território nacional. Atualmente, as alíquotas são proporcionais ao valor e são definidas por cada estado, variando geralmente entre 17% e 18%. A mudança trará impactos para o consumidor final, já que o valor do tributo é embutido no preço de revenda. As informações são da Agência Brasil.

A redução do preço da gasolina, assim como do diesel e do gás de cozinha, foi anunciada no mesmo dia em que a Petrobras apresentou sua nova política de preços, colocando fim ao Preço de Paridade Internacional (PPI) que vigorava há mais de seis anos. No antigo modelo, seguiam-se as tendências do mercado internacional. Agora, são consideradas as alternativas que o consumidor possui no mercado interno e as condições obtidas pela estatal para produção, importação e exportação.

Com base no novo modelo, a Petrobras pode anunciar novos ajustes nos preços da gasolina até o fim do mês, que podem resultar em aumentos ou quedas para o consumidor final. Já o impacto do ICMS deverá gerar uma alta nas bombas. A mudança na regra tributária, que começa a valer em 1º de junho, foi instituída pela Lei Complementar 192/2022. O valor das alíquotas fixas foi definido em março deste ano pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). No caso do diesel, a alteração já está valendo desde 1º de maio, com uma cobrança de R$ 0,94 por litro.