Gigantes estão interessadas por startups brasileiras

O amadurecimento da tecnologia e das empresas emergentes no Brasil impulsionou o movimento.

A gigantes estão ficando cada vez mais interessadas nas startups brasileiras – e desembolsando valores significativos para entrar nesse mercado de empresas escaláveis, inovadoras e tecnológicas. Isso pode ser comprovado pelo número de fusões e aquisições envolvendo startups no país.

Em 2011 houve apenas seis transações desse tipo. Já entre janeiro e novembro deste ano, foram 227 M&As (fusões e aquisições, na sigla em inglês) com startups. O aumento foi de quase 38 vezes em uma década com startups.

Um dos motivos para esse avanço é o amadurecimento da tecnologia e das empresas emergentes no Brasil. “O setor de tecnologia se tornou o mais ativo entre fusões e aquisições há cerca de quatro anos. Isso porque temos visto um uso cada vez mais disseminado da internet, por meio de smartphones e das redes sociais. Empreendedores e investidores perceberam o mercado para produtos tecnológicos, refletidos em capitalizações privadas e públicas no segmento”, destacou o sócio do escritório de advocacia norte-americano Hughes Hubbard & Reed, Carlos Lobo, de acordo com o InfoMoney.

Em janeiro de 2018 o Brasil conseguiu o seu primeiro unicórnio, com a venda do aplicativo 99 para a chinesa Didi Chuxing. “As grandes empresas não fazem uma aquisição ou fusão com qualquer startup. O negócio precisa estar em estágio maduro, com produto completamente validado e bons princípios de gestão e operação, para que as grandes empresas vejam os resultados esperados em curto prazo. O Brasil apresentou nos últimos anos startups nessa fase de escala, ou scaleups”, explicou Cassio Spina, diretor na consultoria de inovação empresarial ACE Cortex.

Além disso, houve uma redução na manutenção em patamares baixos da taxa básica de juros (Selic) entre meados de 2019 e a metade de 2021. O indicador historicamente baixo estimulou o investimento em renda variável. Com isso, rodadas de ventures capital e private equity foram responsáveis por levar startups a um nível de amadurecimento, o que a torna uma possível alvo de aquisição.