Foto: Divulgação Petrobras
Foto: Divulgação Petrobras

O Goldman Sachs reiterou recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) após os resultados do terceiro trimestre e às vésperas do Plano Estratégico 2026-2030, que será divulgado em 27 de novembro.

O banco mantém preço-alvo de R$ 35,50 para PETR3 e R$ 33,20 para PETR4.

Segundo o relatório, o mercado aguarda o plano com atenção especial a quatro pontos: investimentos (CAPEX), projeções de produção, política de dividendos e estratégia de fusões e aquisições (M&A).

Investimentos mantidos apesar de pressão

Mesmo com o petróleo mais barato, o Goldman não espera cortes significativos nos aportes da estatal. Rumores apontavam uma redução de até US$ 8 bilhões, mas a companhia indicou que deve preservar o nível de investimentos.

Cerca de 90% do CAPEX previsto para 2026 já está contratado, o que limita ajustes no curto prazo. O banco projeta US$ 17,9 bilhões em investimentos no próximo ano, incluindo provisões para novos projetos e aquisições.

A performance da Petrobras em 2025 tem superado as projeções. Plataformas começaram a operar antes do previsto e algumas produzem acima da capacidade nominal, o que pode levar a uma revisão para cima na curva de produção.

O Goldman estima crescimento médio de 12% em 2025 e 9% em 2026, acima do guidance atual.

Política de dividendos deve continuar

O banco acredita que a política de distribuição trimestral de 45% do fluxo de caixa livre será mantida.

Com petróleo a US$ 64 por barril, parte dos proventos deve ser coberta com uso de caixa adicional de cerca de US$ 1,7 bilhão, mas a alavancagem permanece confortável, abaixo de 1,5 vez, e a dívida bruta deve seguir limitada a US$ 75 bilhões.

O plano deve incluir aquisições estratégicas, entre elas participação em leilões do pré-sal, retorno ao mercado de GLP e possível entrada no setor de etanol.

O governo planeja leiloar, em dezembro, participações minoritárias em três campos do pré-sal, com lance mínimo de R$ 10 bilhões.

O Goldman projeta dividend yield próximo de 9% em 2026, o que mantém as ações da Petrobras atraentes para investidores focados em proventos.

Ainda assim, o banco alerta para riscos, como queda adicional do petróleo e operações de M&A de grande porte, que poderiam pressionar o fluxo de dividendos no curto prazo.