Com a inflação em constante alta no Brasil, o Goldman Sachs (GS) reduziu suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022, reduzindo a estimativa para 0,8%. Além da inflação, o banco destaca a preocupação com os riscos fiscais e condições monetárias mais apertadas no país.
No documento passado, a instituição esperava alta de 1,5% do PIB no próximo ano. Para 2021, no entanto, a estimativa permaneceu em avanço de 4,9%.
A respeito das perspectivas econômicas para a América Latina, o banco afirmou que suas projeções analisam um “pano de fundo de inflação muito alta”, o que resulta numa “mudança para uma posição de política monetária significativamente restritiva até o final de 2021”.
Segundo o relatório, a aposta é de que o Banco Central eleve a taxa Selic para 11% ao ano ao final de seu atual ciclo de aperto monetário. Os juros básicos estão, atualmente, em 7,75%, após a autarquia promover aumento de 150 pontos-base na última reunião do Copom.
O relatório alerta também para pioras em indicadores de confiança, deterioração das condições de governabilidade e crescentes prêmios de risco político e fiscal como empecilhos para o crescimento econômico.
“A inabilidade das autoridades de planejar e articular um programa de ajuste fiscal abrangente pode ser deletéria neste contexto, potencialmente desencadeando uma espiral negativa de aumento dos custos de financiamento e deterioração da credibilidade soberana”, afirmou o Goldman Sachs.
“No Brasil, ruídos e atritos políticos e institucionais têm sido uma constante desde 2018, comprometendo o progresso de reformas fiscais e mantendo a incerteza política alta”, completou.