2021 foi um ano marcado pelo forte crescimento da arrecadação tributária, então o Ministério da Economia revisou suas estimativas e passou a prever que o governo federal encerrará 2021 com um déficit primário de R$ 89,8 bilhões, o melhor resultado em sete anos.
A previsão está inclusa no relatório de receitas e despesas extemporâneo publicado pelo Tesouro Nacional em seus sistemas no dia 20 de dezembro sem que houvesse divulgação à imprensa. A reestimativa permitirá uma ampliação de gastos de ministérios no fechamento de 2021.
Durante a mudança na projeção, a pasta diminuiu em 6 bilhões de reais o rombo previsto para o ano, se comparado com o cálculo apresentado em novembro, quando a conta apontava para um déficit de R$ 95,8 bilhões.
Esse resultado representa uma elevação de R$ 10,3 bilhões na receita líquida prevista para o ano, enquanto as despesas foram reestimadas para cima em R$ 4,3 bilhões.
Os números são relacionados ao governo central, que reúne as contas de Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social.
Com a volta das atividades econômicas após o enfraquecimento causado pela pandemia do coronavírus, os dados da arrecadação tributária tiveram forte elevação ao longo do ano, com registro recordes mensais.
As receitas foram favorecidas ainda pela aceleração da inflação e pelo aumento do preço do petróleo no mercado internacional, que impactou o recolhimento de royalties.
Sobre o fechamento do ano, o Ministério da Economia estima uma receita líquida de R$ 1,565 trilhão, ante R$ 1,555 trilhão previsto cerca de um mês antes e R$ 1,302 trilhão de reais esperado pela lei orçamentária aprovada no fim do ano passado.
O cenário das despesas não seguiu o mesmo rumo e, entre as estimativas de novembro e dezembro, a pasta ampliou em 5,4 bilhões de reais a conta das despesas discricionárias e cortou em 1,1 bilhão a previsão de gastos obrigatórios.
Segundo a secretaria especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, a publicação do relatório extemporâneo foi feita para fins de fechamento do exercício, permitindo uma melhor previsão das despesas e melhor gestão dos gastos sujeitos à regra do teto, que limita o crescimento dos gastos federais.
De acordo com o órgão, a medida vai permitir uma redução do empoçamento de recursos, quando os ministérios têm verba disponível, mas não conseguem executá-las em razão de restrições legais ou travas burocráticas.