“Esse resultado está muito próximo de se materializar”, disse Ceron. Segundo ele, o estímulo fiscal do governo já está sendo reduzido, visando um plano de estabilidade.
“A combinação de recuperação fiscal com atividade econômica robusta é mais desafiadora que um simples processo de ajuste fiscal, mas tem se mostrado bem sucedido”, comentou durante entrevista coletiva sobre o resultado de julho do governo central.
Para o secretário não existe um processo de expansão de despesas. Dessa forma, este ano deve fechar no mesmo patamar histórico recente de tamanho do gasto em proporção do PIB (Produto Interno Bruto).
“Recuperação fiscal é um combinado de crescimento moderado da despesa e recomposição das receitas”, comentou Ceron.
No lado das despesas, segundo Ceron, existe uma redução da linha de tendência. Ele acredita ser posível que as despesas, ao fim de 2024, se aproximem de 19,2% do PIB, o que ficaria na média histórica.
Rogério Ceron também indicou que a despesa teve crescimento real (descontando inflação) de 7,8% no acumulado de 2024, isto por conta das despesas antecipadas, como as de precatórios, e que esse número deve se reduzir até o fim do ano.
Além disso, o executivo do Tesouro destacou o crescimento do investimento público no acumulado do ano, de mais de 40%, “é muito saudável, são obras que farão a diferença para o futuro”.
BC e Governo procuram um Galípolo para a vaga de Galípolo
O ministro Fernando Haddad (PT), anunciou na tarde de quarta-feira (28) a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o nome de Gabriel Galípolo como o próximo presidente do BC (Banco Central). Agora, entre o governo e a autarquia circula a expressão que “procura-se um Galípolo para a vaga de Galípolo”, segundo apuração do “Valor”.
Galípolo e Haddad buscam alguém com o perfil do atual titular do cargo para comandar a diretoria de política monetária, cargo que o indicado à presidência do BC ocupa no momento, considerada a mais estratégica na instituição, de acordo com fontes do Palácio do Planalto, segundo o veículo.
O governo e o BC procuram um economista ligado ao mercado financeiro, que seja respeitado pelo empresariado e pelos investidores, porém que mantenha o diálogo com o campo progressista no mundo político.
Galípolo e Haddad tem discutido a sete chaves os possíveis nomes. O futuro presidente da autarquia ainda precisará passar por sabatina, ainda não agendada, no Senado, mas o evento deve ocorrer em outubro, após o primeiro turno das eleições municipais, de acordo com o jornal.
Roberto Campos Neto seguirá à frente do BC até o fim de seu mandato, em dezembro deste ano.