
O Ministério das Cidades solicitou ao Conselho Curador do FGTS R$ 160,5 bilhões para financiar habitação, saneamento, mobilidade e infraestrutura em 2026, informou o ministro Jader Filho ao Globo.
O valor representa aumento de cerca de 5% em relação à verba deste ano, de R$ 152 bilhões.
“Não é só o Minha Casa, Minha Vida. Parte disso é para saneamento, mobilidade, obras de infraestrutura nas cidades”, disse o ministro, lembrando que os recursos do FGTS destinados ao setor eram de R$ 66 bilhões em 2023.
A maior parte da verba — R$ 144,5 bilhões — será direcionada à habitação, sobretudo ao programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida), alta de 1,8% ante 2025.
Diante da forte demanda por crédito, é comum o remanejamento de valores adicionais ao longo do ano. Em julho, por exemplo, o governo aprovou um aporte extra de R$ 10 bilhões para o setor.
A ampliação da política habitacional é uma das principais apostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para impulsionar a popularidade do governo, especialmente entre a classe média.
Nesta segunda-feira, o presidente lançou o programa Reforma Casa Brasil, que oferecerá crédito para melhoria de moradias.
O programa destinará R$ 30 bilhões do Fundo Social a famílias com renda de até R$ 9,6 mil e R$ 10 bilhões do SBPE para rendas superiores, totalizando R$ 40 bilhões em crédito habitacional.
Os empréstimos poderão chegar a R$ 30 mil por família, com meta inicial de 1,5 milhão de contratações. Segundo Jader Filho, a operação deve começar em novembro.
Neste ano, o governo também criou a faixa 4 do MCMV, para famílias com renda entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil, e anunciou um novo modelo de crédito imobiliário com recursos da poupança (SBPE), que deve injetar R$ 50 bilhões adicionais no mercado.
Houve ainda atualização do teto de imóveis financiáveis pelo SFH, que tem juros limitados a 12%. Pelas novas regras do SBPE, 80% dos empréstimos deverão ser feitos dentro do sistema.