Economia

Governo tenta inverter piora nos resultados primários, diz secretário do Tesouro

Rogério Ceron disse que eles procuram "inverter uma tendência de uma piora no resultado primário nos ciclos de governo"

Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, disse, nesta segunda-feira (29), que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva procura “inverter uma tendência de uma piora no resultado primário nos ciclos de governo”. 

Segundo ele, é um começo de um processo de recuperação fiscal, uma reversão dessa tendência. “Esperamos que, no começo deste ano, o processo de recuperação (fiscal) fique mais nítido”, completou.

Ceron falou sobre a queda de arrecadação em 2023 e atribuiu aos resultados “fatores atipicos”. De acordo com o Valor Econômico, o secretário disse que a arrecadação que vem sendo registrada neste mês de janeiro, o processo está demonstrando uma perspectiva positiva para o ano.

“Janeiro vem demonstrando indicativos de recuperação da arrecadação, com performance interessante”, afirmou.

Quanto ao crescimento das despesas do governo, que no acumulado de 2023 chegaram a 12,5%, Ceron afirma, segundo o veículo, que foi efeito da regularização dos precatórios e do crescimento dos gastos com o programa Bolsa Família.

Razões do resultado primário de 2023

Além da perspectiva de melhora mencionada, Ceron também afirmou que quatro grandes efeitos extraordinários impactaram “fortemente” o resultado fiscal do governo central em 2023.

O primeiro seriam as compensações aos Estados da federação, no valor de R$ 20,976 bilhões. O segundo, de acordo com a matéria, refere-se às compensações tributárias feitas por empresas em virtude da tese do século, essa ação retirou o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da base de cálculo de PIS/Cofins, dessa forma as empresas conseguiram gerar créditos tributários.

A renúncia fiscal foi apontada como a terceira razão. A concessão em questão seria por parte do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), que gerou R$ 17 bilhões de renúncias fiscais para as empresas do setor de eventos, enquanto o governo esperava R$ 4 bilhões. 

Para Ceron, o quarto efeito extraordinário foi a inflação inferior às expectativas do começo do ano. De acordo com o jornal, mesmo com os obstáculos, o secretário do Tesouro destacou o início da recuperação da base fiscal do Estado e agradeceu ao Congresso pelo apoio à agenda econômica do governo.