A crise institucional e política chama a atenção dos investidores, após o tombo de março na bolsa de valores, além dos desdobramentos do mercado depois das ameaças antidemocráticas do presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro, que agora desencadeou a greve dos caminhoneiros.
Os caminhoneiros apoiadores de Bolsonaro bloquearam estradas do país pelo segundo dia seguido, em defesa do presidente e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o G1, por volta das 7h20 (horário de Brasília), rodovias de pelo menos sete estados estavam bloqueadas. Na noite desta quarta-feira (8), Bolsonaro encaminhou um áudio aos seus apoiadores pedindo para que a paralisação fosse desmobilizada e ressaltou aos seus “aliados”, como se referiu, que a greve vai atrapalhar a economia, provocar desabastecimento e inflação.
Em entrevista ao Valor Econômico, o estrategista chefe da Davos Investimentos, Mauro Morelli, disse que é razoável acreditar que a bolsa tenha uma pequena melhora em comparação com o desempenho da última quarta, quando registrou uma forte queda. Porém, Morelli falou também que o mercado não imagina que os ruídos políticos diminuam no curto prazo.
“A volatilidade deve continuar nas próximas semanas ou meses. O investidor local tem que considerar isso na montagem do seu portfólio”, afirmou o especialista.
Uma mediana de estimativas de 35 instituições apontava que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deveria apresentar resultado desacelerado de 0,96% em julho para 0,70% em agosto na comparação mensal.
Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nesta quinta-feira (9), o IPCA de agosto ficou na marca de 0,87%, maior variação para o mês desde 2000, quando registrou 1,31% (veja mais aqui). Entretanto, mesmo o resultado de agosto tendo sido forte, a taxa ficou 0,09 pontos percentuais (p.p) menor do que a apresentada no mês anterior (0,96%).