Longe dos combates na Ucrânia existe uma zona de guerra em que americanos e russos já se enfrentam de maneira não declarada: o mercado mundial de produtos de Defesa.
Uma das mais recentes vítimas desse confronto pode ser uma aeronave essencial para a defesa do Brasil na Amazônia, o helicóptero de ataque Mil Mi-35M operado pela Força Aérea Brasileira (FAB), mas fabricado na Rússia.
A Força Aérea Brasileira anunciou na semana passada o plano de desativação da frota de helicópteros de ataque Mi-35, conhecidos como AH-2 Sabre. As 12 aeronaves adquiridas em 2010 operam na Base Aérea de Porto Velho e são destinadas a executar missões de combate ao solo.
Trata-se do único helicóptero genuinamente de ataque utilizado pelas Forças Armadas. O modelo foi adquirido da Rússia, embora suas turbinas sejam produzidas por uma empresa ucraniana.
Em fevereiro, a FAB oficializou a desativação dos Mi-35M da FAB, num processo que deve estar concluído em 31 de dezembro – ou seja, nessa data, nem um único dos 12 helicópteros hoje em serviço estará mais ativo. O documento da Aeronáutica, porém, não aponta nenhuma razão para a “aposentadoria” dos helicópteros adquiridos novos de fábrica, com pouco mais de dez anos de uso.