Guerra: mercado de fertilizantes afeta indústria brasileira

O Ibram quer sugerir a criação de um grupo para discutir o aumento da produção de fertilizantes.

Enquanto Jair Bolsonaro evita criticar Vladimir Putin na guerra da Ucrânia sob a justificativa de que o Brasil depende dos fertilizantes russos, a indústria da mineração se movimenta na pauta da produção local.

O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), que reúne empresas como Yara e Mosaic, quer sugerir ao governo a criação de um grupo de trabalho para discutir o aumento da produção de fertilizantes no Brasil, com o objetivo de diminuir a dependência externa.

Segundo Julio Cesar Ferreira, diretor no Ibram, um dos focos do plano é ampliar o número de jazidas para a extração do potássio.

Ele afirma que essa proposta do setor já existia antes da guerra na Ucrânia.

Ferreira diz que a ideia é que, além do setor produtivo, o grupo tenha a presença dos governos estaduais e federal, incluindo órgãos como Ibama, Funai, Agência Nacional de Mineração, comissões de agricultura da Câmara e Senado.

Nesta quarta (2), Bolsonaro utilizou a possível escassez de fertilizantes para defender a aprovação de um projeto de lei que, segundo ele, “permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas”.

“Em 2016, como deputado, discursei sobre nossa dependência do potássio da Rússia. Citei três problemas: ambiental, indígena e a quem pertencia o direito exploratório na foz do Rio Madeira (existem jazidas também em outras regiões do país)”, escreveu o mandatário na internet.

O Ibram afirma que sua proposta de criação do grupo de trabalho “não se refere à mineração em terras indígenas, já que não há lei regulamentando isso”. Segundo a entidade, há grandes outras áreas em que podem ser identificadas jazidas de minérios apropriados para a fabricação de fertilizantes.

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