Crise climática global

Haddad alerta para efeitos econômicos de mudanças climáticas

O ministro Fernando Haddad ainda exaltou a matriz energética brasileira, mas lembrou que ela não está imune às intempéries

Fernando Haddad / Foto: Washington Costa/MF
Fernando Haddad / Foto: Washington Costa/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pediu atenção aos efeitos da mudança climática sobre a segurança alimentar e energética do Brasil. O Páis enfrenta uma severa seca que atinge diversas regiões.

O ministro ainda exaltou a matriz energética brasileira, mas lembrou que ela não está imune às intempéries. As declarações foram dadas programa “Bom Dia, Ministro”, do grupo de comunicação estatal EBC.

Haddad afirmou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, acompanha a evolução do quadro e faz um planejamento estratégico de enfrentamento caso a crise se agrave no futuro, segundo o “InfoMoney”.

A perspectiva sobre a inflação também foi abordada por Haddad durante sua participação no programa “Bom Dia, Ministro”, do grupo de comunicação estatal EBC. Isto porque as queimadas e a falta de chuva afetam a oferta de uma série de produtos agrícolas ─ o que deve se traduzir nos preços ao consumidor.

“Nós estamos sempre olhando para isso, sempre lembrando que inflação é um fenômeno complexo, porque às vezes você tem uma inflação de demanda, mas às vezes há um choque de oferta em função de seca, desastre climático, falta de água. É outra natureza do mesmo problema, e você tem que estar olhando para essas duas coisas”, disse o ministro da Fazenda.

“Estamos acompanhando a evolução desse quadro e fazendo um planejamento estratégico de como enfrentar, se essa crise climática se tornar mais aguda no futuro próximo”, concluiu.

Haddad também ressaltou que os números recentes da economia, como o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) e melhora do desempreo, precisam ser comemorados. Mas ponderou que é necessário se manter atento ao futuro.

“Você tem toda a legitimidade de comemorar: o PIB está crescendo, o desemprego está baixo, a inflação está baixa, está sob controle, mas sempre você tem que estar tendo atento à próxima curva, porque você não sabe o desafio que você vai ter que enfrentar”, disse o ministro.

Haddad defende equilíbrio “criterioso” das contas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reafirmou nesta quinta-feira (12) a importância de buscar o equilíbrio das contas públicas no Brasil, sem comprometer os direitos das populações mais vulneráveis.

Em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC, Haddad também defendeu o fim da era de “jabutis” legislativos e “pautas-bomba” que possam ameaçar a política fiscal do país.

“Equilibrar as contas é necessário no Brasil. O Brasil precisa reequilibrar suas contas. Só que tem que se fazer isso de forma criteriosa, para que as pessoas que dependem do Estado e oportunidades possam tê-las, e aqueles que não pagavam impostos voltem a pagar, porque estão há mais de 10 anos sem pagar impostos”, afirmou.

“Você deixa uma grande empresa 10 anos sem pagar imposto, para fazer ajuste fiscal em cima do salário mínimo? Do Bolsa Família? É uma coisa criteriosa. Eu sei que tem muito lobby. Não tem lobby de pobre em Brasília. O que existe é lobby de empresa, escritório de advocacia”, completou Haddad.

“Esses jabutis têm que acabar, temos que botar ordem nisso. A maioria dos ministros até tentou fazer alguma coisa, mas não tinha força para conseguir. Nós estamos tendo a energia necessária e a compreensão necessária do Congresso de que essa fase terminou. Essa fase da pauta-bomba, do jabuti, do favor tem que terminar em busca da mais transparência, de oferecer apoio a quem precisa”, continuou.