As intervenções realizadas pelo BC (Banco Central) no câmbio ao longo do mês foram corretas, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (30), a última de 2024, cotado a R$ 6,17.
“O câmbio não é fixo no Brasil. O dólar este ano de 2024 termina muito forte no mundo todo, mas eu penso que as intervenções do Banco Central foram corretas, no sentido de dar liquidez para quem eventualmente está fazendo remessa, enquanto o mercado processava as informações a respeito das medidas fiscais”, afirmou Haddad a jornalistas nesta segunda-feira (30).
“Penso que foi um movimento correto do BC”, completou o ministro. No decorrer do período a autoridade monetária fez nove intervenções no câmbio, com o objetivo de controlar a disparada do dólar frente ao real.
Porém, mesmo com as intervenções, o real desvalorizou 27,35% contra a divisa norte-americana ao longo do ano. Este foi o pior desempenho negativo desde 2020, no auge da pandemia de covid-19.
Haddad também falou sobre a assinatura e publicação dos decretos para nomeação de Gabriel Galípolo como novo presidente do BC, bem como dos novos diretores indicados pelo presidente Lula.
Isso aconteceu na tarde de segunda-feira, em um cerimônia fechada, no Palácio do Alvorada, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o “Valor”.
O ministro Fernando Haddad afirmou que os três novos nomes indicados às diretorias do BC não eram conhecidos de Lula pessoalmente.
Nilton David, futuro diretor de Política Monetária; Gilneu Vivan, Regulação; e Izabela Correa, de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta passarão a integrar a autarquia a partir de 1º de janeiro.
O mandato de Galípolo na presidência do BC também começa a partir desse dia e irá até 31 de dezembro de 2028.
Haddad adia campanha do governo para ampliar faixa de isenção do IR
O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, planejava lançar uma campanha publicitária para promover o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5.000, uma promessa de campanha do presidente. No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou a iniciativa prematura e sugeriu seu adiamento para 2025, argumentando que a medida ainda não estava pronta para ser implementada, como apurou a Folha de SP.
O chefe da pasta, destacou que, embora o aumento da faixa de isenção seja um compromisso do governo, é necessário garantir que a reforma tributária seja fiscalmente neutra, ou seja, que não resulte em perda de arrecadação para o Estado. Para isso, propõe-se compensar a ampliação da isenção com o aumento da taxação sobre rendas mais altas, especialmente para aqueles que ganham acima de R$ 50.000 mensais.
A decisão de adiar a campanha publicitária visa permitir que o governo finalize os detalhes da reforma tributária e assegure sua aprovação no Congresso Nacional. A expectativa é que, uma vez aprovada em 2025, a nova faixa de isenção entre em vigor em janeiro de 2026, beneficiando trabalhadores com rendimentos mensais de até R$ 5.000.
Atualmente, estão isentos do Imposto de Renda apenas os trabalhadores que recebem até R$ 2.824 por mês. A ampliação da faixa de isenção para R$ 5.000 representaria um alívio significativo para a classe média brasileira, reduzindo a carga tributária sobre uma parcela considerável da população.
O governo reafirma seu compromisso com a justiça tributária e a responsabilidade fiscal, buscando equilibrar a necessidade de aliviar a carga tributária sobre os trabalhadores de menor renda com a manutenção da arrecadação necessária para sustentar os serviços públicos e investimentos essenciais ao país.
Segundo relatos, ministro tinha dúvidas sobre a aparição em rede nacional. Dois dias depois, o governo decidiu lançar uma ofensiva de comunicação para o fim de ano. Mas a iniciativa foi adiada.