Resultado primário

Haddad: Brasil deve ter fechado 2024 com déficit de 0,1%

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também disse que a economia brasileira deve ter finalizado o ano passado com crescimento de 3,6%

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O resultado primário nas contas públicas devem ter fechado o período fiscal de 2024 com déficit de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto), são as estimativas do governo federal, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (7). Esse resultado seria  melhor do que as projeções do mercado. 

“Um ano atrás, a previsão do mercado para o déficit público do ano passado era de 0,8% do PIB. Foi antes do episódio trágico no Rio Grande do Sul [enchentes no estado]. Vamos terminar o ano com 0,1% de déficit”, garantiu Haddad durante entrevista no programa Estúdio i, da GloboNews.

“[A projeção] Veio caindo de 0,8% para 0,7%, depois 0,6%, mas ninguém estava apostando muita coisa abaixo de 0,5%. Vamos terminar com 0,1%. A segunda casa depois da vírgula pode variar”, completou o ministro da Fazenda. 

Além disso, o chefe da equipe econômica também disse que a economia brasileira deve ter finalizado o ano passado com crescimento de 3,6%.

“Hoje, o Ministério da Fazenda estima em 3,6% o crescimento do PIB. Diante disso, estamos com 0,1% de déficit no ano passado, sem o Rio Grande do Sul. Com o Rio Grande do Sul, [déficit de] 0,37%, abaixo da previsão do mercado”, afirmou Haddad, segundo o “InfoMoney”.

O governo federal encarou despesas extras para auxiliar na recuperação do Rio Grande do Sul, após a tragédia ambiental que atingiu o estado entre abril e maio de 2024, com fortes chuvas que causaram alagamentos, destruíram casas, estabelecimentos e deixaram mortos e feridos. Porém, essas não serão computadas para efeito de cumprimento da meta. 

Caso o resultado projetado por Haddad se confirme, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguirá cumprir a meta fiscal de 2024, que prevê déficit primário zero – com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, para mais ou para menos.

Haddad nega discussões sobre mudança no regime cambial

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta segunda-feira (6), que não há qualquer discussão sobre mudança de regime cambial ou aumento de impostos para diminuir a saída de dólares do país. Em entrevista a jornalista após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad falou que o câmbio deve se acomodar.

De acordo com o ministro, já há sinalizações de que Donald Trump vai atuar de forma mais moderada em relação ao que foi proposto em sua campanha eleitoral.

“Nós tivemos um estresse no final do ano passado, no mundo todo, tivemos um estresse também no Brasil. Hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos deu declarações moderando determinadas propostas feitas ao longo da campanha. É natural que as coisas se acomodem”, disse Haddad.

“Mas não existe discussão de mudar o regime cambial no Brasil nem de aumentar imposto com esse objetivo”, afirmou.

O real passou por uma desvalorização em relação ao dólar no final de 2024, chegando a R$ 6,00 pela primeira vez na história. A queda foi motivada por incertezas sobre a postura fiscal do governo brasileiro e levou o BC (Banco Central) a iniciar políticas de intervenção no câmbio.

Além das dúvidas sobre a política interna, a alta também foi motivada pela valorização do dólar em todo o mundo, com as expectativas de que as políticas de Trump possam ter um efeito inflacionário e levem a maiores taxas de juros nos EUA.