"Diferença importante"

Haddad: ciclo de corte de juros teve 'pausa' e não fim

Haddad também afirmou que a ata do Copom, divulgada nesta terça (25), está "muito aderente" ao comunicado da última reunião

Fernando Haddad
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O ministro da Fazenda Fernando Haddad reforçou, nesta terça-feira (25), que o ciclo de corte de juros sofreu uma pausa com a última decisão do Copom, não um fim. “Essa é uma diferença importante para ser salientada”, disse a jornalistas.

Haddad também afirmou que a ata do Copom, divulgada nesta terça-feira (25), está “muito aderente” ao comunicado da última reunião da autoridade monetária, o que é “bom”.

“A ata transmite uma ideia de que está havendo uma interrupção [no ciclo de cortes da taxa Selic] para avaliar os cenários externo e interno”, disse o ministro.

Fernando Haddad destacou ainda que há uma pequena pressão inflacionária que pode afetar o curto prazo em razão das enchentes no Rio Grande do Sul (RS). No entanto, avaliou, o horizonte a ser perseguido pelo BC é de médio e longo prazo.

Ata do Copom: política monetária deve permanecer contracionista

Na ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta terça-feira (25), a autoridade monetária reforçou a preocupação com a curva de inflação e afirmou que, devido a isso, a política monetária deve se manter “contracionista por tempo suficiente”.

Na última reunião, os membros do Copom decidiram, de forma unânime, encerrar os cortes da taxa de juros (Selic), mantendo-a em 10,50% a.a.

Quanto à meta de inflação de 3%, o BC destacou na ata que houve uma nova elevação das projeções de inflação para 2024 e 2025. “O cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador”, afirmou.

A piora na perspectiva da inflação também foi evidenciada no último Boletim Focus. No relatório divulgado na segunda-feira (24), o IPCA, medidor da inflação, foi elevado a 3,98%, contra projeção de 3,96% na semana passada.