O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), comemorou as projeções de crescimento do FMI (Fundo Monetário Internacional) para a economia brasileira em 2024, cuja estimativa é de 3% de crescimento e leve desaceleração em 2025, a 2,2%.
A revisão, na visão de Haddad, é reflexo das políticas do governo do ponto de vista fiscal.
“É a primeira vez que um aumento da projeção é tão grande quanto esse. Tem que lembrar também que o FMI refez a projeção do PIB potencial brasileiro muito recentemente. O nosso PIB potencial estava lá atrás e hoje a última atualização já passou para 2,5% do PIB potencial”, destacou o ministro.
A revisão já no final do ano, segundo ele, demonstra que a economia brasileira está crescendo e tem condições de manter esse crescimento.
“A economia brasileira está crescendo com uma inflação relativamente controlada. Isso é sinal de que nós temos um potencial de crescimento sustentável, que não é uma coisa que vai acontecer esse ano e dali a pouco para. Nós temos toda a condição de continuar crescendo”, disse o ministro Haddad, segundo o “Valor”.
O diretor-executivo do FMI, André Roncaglia, afirmou que essa revisão é resultado do trabalho que o governo brasileiro tem feito.
“O FMI fez uma atualização da previsão e foi o maior ajuste que o fundo fez em termos de crescimento para todos os países que ele acompanha. Foi o Brasil incorporando já os efeitos das várias políticas que o governo vem adotando sobre o crescimento da economia. Ele aumentou, então, a previsão de crescimento em 0,9 ponto percentual para esse ano”, explicou.
Em paralelo a isso, Roncaglia enfatizou as políticas que vêm sendo adotadas no âmbito fiscal, investimentos e gastos na recuperação do Rio Grande do Sul.
Além disso, há também o efeito da reforma tributária sobre as expectativas da economia e a melhoria do ambiente de negócios, fatores que contribuíram com a projeção do FMI.
Sobre a qualidade do crescimento da economia, Haddad negou que ele seja baseado na expansão dos gastos públicos.
“O estímulo fiscal deste ano foi muito menor que no ano passado, e não obstante a economia cresceu mais neste ano que no ano passado. Entendo que dependemos de uma série de variáveis que precisam ser ajustadas, mas não é verdade que o Brasil está passando por um estímulo fiscal”, afirmou.
Haddad: crédito sobre apagão em SP não terá impacto fiscal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou apoio para cobrir prejuízos causados pelo apagão na Grande São Paulo nesta sexta-feira (18). A linha de crédito valerá para empresas e não terá impacto nas contas públicas, confirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), nesta sexta-feira (18).
O ministro afirmou que o governo vai usar R$ 150 milhões em recursos já disponíveis do FGO (Fundo Garantidor de Operações) para alavancar até R$ 1 bilhão em créditos de bancos a empresas afetadas pela falta de energia após o temporal de sexta-feira da semana passada (11).
Espera-se que cerca de 380 mil empresas da Região Metropolitana de São Paulo tiveram prejuízos com o apagão.
Caso as empresas consigam comprovar que o apagão lhe rendeu prejuízo elas poderão recorrer ao Pronampe, linha de crédito com taxas mais baixas voltada a micro e pequenos negócios.
Uma prorrogação de 60 dias para pagamento de dívidas poderá ser solicitada pelas empresas sediadas em áreas que ficaram sem energia no Pronampe – neste caso sem a necessidade de comprovação de que tiveram prejuízos pelo apagão.
Haddad esclareceu que a linha de crédito valerá apenas para as empresas, e não incluirá ajuda financeira às famílias. “A linha do Pronampe é só para a atividade econômica”, disse o ministro.