Contas públicas

Haddad confia que pacote fiscal não será ‘desidratado’ no Congresso

A escala de contenção de gastos, segundo Haddad, deve ser mantida pelo Legislativo; um dos textos já foi aprovado pela Câmara dos Deputados

Fernando Haddad e Arthur Lira / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fernando Haddad e Arthur Lira / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira (18) que o governo está fazendo sua parte com o envio do pacote fiscal com medidas de contenção de gastos ao Congresso Nacional. Ele ainda se disse confiante de que as medidas não serão “desidratadas” no Legislativo.

“Até aqui [as mudanças nos projetos] não são de grande monta. Nós estamos confiantes que não vai haver desidratação pelas conversas mantidas nesses dias”, salientou Haddad.

A escala de contenção de gastos, segundo Haddad, de acordo com a “CNN Brasil” deve ser mantida pelo Legislativo.

“É importante manter isso num patamar próximo do desejo do Executivo, para que não haja a desidratação das medidas. Tudo o que precisamos é garantir receita e despesa para cumprir as metas pretendidas”, afirmou.

Quanto à necessidade de novas medidas de corte de gastos para satisfazer o mercado, Haddad indicou que esse é um trabalho que “não se encerra” e que a Fazenda seguirá avaliando o que for aprovado.

Haddad e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, devem se reunir nesta quarta-feira – o ministro estava a caminho do encontro quando conversou com jornalistas – para conversar sobre a “hora limite” para que o legislativo receba as medidas para serem votadas até sexta-feira (20).

“Vou conversar agora com Pacheco para ver a hora limite de ele receber as medidas para conseguir votar até amanhã ou no máximo sexta-feira para poder fechar o orçamento também, que depende dessas medidas”, disse.

A Câmara dos Deputados já aprovou, na noite de terça-feira (17), uma das propostas de ajuste fiscal que trata da limitação de benefícios fiscais em caso de déficit nas contas públicas. Os outros dois textos que compõem o pacote devem ser votados nesta quarta-feira.

Haddad: ‘Lula nunca interferiu no Banco Central’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que todos os indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a diretoria do BC (Banco Central) têm capacidade técnica de “saber o que é melhor para o Brasil”. A declaração foi feita nesta quarta-feira (18) a jornalistas na entrada da Fazenda, em Brasília (DF).

Ao ser questionado sobre como será a relação entre o governo e a autarquia de agora em diante, com a troca de comando no BC a partir de janeiro, Haddad disse que o presidente Lula “nunca interferiu” no BC.

“O que é importante é que o presidente Lula, em oito anos de mandato, nunca interferiu no Banco Central. Foi até atestado pelo próprio Henrique Meirelles [ex-presidente do BC], e agora está fazendo o mesmo”, disse o ministro, de acordo com o “InfoMoney”.

“É preciso confiar na capacidade técnica de quem vai tomar a decisão em momentos importantes como esse que nós estamos vivendo”, acrescentou.

O Copom (Comitê de Política Monetária), do BC, decidiu, na semana passada, aumentar a Selic (taxa básica de juros) em 1 p.p. (ponto percentual), para 12,25% ao ano. A entidade sinalizou mais duas elevações da mesma magnitude nas próximas reuniões.

Se confirmada, essa trajetória levaria os juros a 14,25% em março de 2025, já durante a gestão de Gabriel Galípolo. Esse seria o maior nível nominal da taxa básica de juros desde 2016.