Economia

Haddad espera corte de 0,50 p.p na Selic na próxima reunião do Copom

Se a vontade do petista se confirmar, a Selic encerrará o ano em 11,75%

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) corte em 0,50 p.p a taxa básica de juros no Brasil em sua próxima reunião, marcada para encerrar na quarta-feira (13). Se a vontade do petista se confirmar, a Selic encerrará o ano em 11,75%.

A fala foi emitida na manhã deste sábado (09), durante a Conferência Eleitoral do Partido dos Trabalhadores em Brasília, um evento preparatório do partido para as eleições municipais de 2024.

Com a depreciação do dólar frente ao real e a inflação em queda, o ministro questionou qual seria a justificativa para o Copom não baixar os juros no país.

No evento, o Haddad afirmou ainda que não será possível executar todo o orçamento de 2023 devido a falta de pessoal, já que os concursos para contratação de servidores públicos não foram concluídos, informou o jornal Valor Econômico.

Ainda sobre previsões macroeconômicas, a expectativa é que o Brasil encerre 2023 com 2 milhões de novos empregos formais, de acordo com o ministro da Fazenda.

Embate com Gleisi Hoffmann

Durante o evento, o Ministro da Fazenda travou um embate com Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, sobre gastos públicos.

Haddad alegou que não há relação direta entre o aumento do déficit fiscal e o crescimento da economia. Já Hoffmann, criticou a meta zero e defendeu flexibilização, segundo o portal Metrópoles, parceiro do BP Money.

“Não é verdade que déficit faz crescer. De 10 anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit, e a economia não cresceu. Não existe essa correspondência, não é assim que funciona a economia. Dependendo da situação econômica, você tem de ampliar os investimentos”, defendeu o ministro da Fazenda.

Antes da fala de Haddad, Gleisi destacou medidas tomadas em governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o aumento do investimento estrangeiro no Brasil. “Não tem nada a ver com o fiscal”, argumentou. “Esse ano faremos déficit de quase 2% do PIB”, disse.

O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, minimizou a divergência de ideias entre Gleisi e Haddad sobre a pauta econômica do governo Lula.

“Todo ambiente onde existe inteligência, liberdade de pensamento, a divergência ocorre com naturalidade. O PT é um espaço plural”, frisou Pimenta.