Na véspera de mais uma reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que vai definir a taxa de juros no Brasil (Selic), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a pressionar o BC (Banco Central) pela redução do índice, que hoje está em 13,75%.
Haddad afirmou nesta segunda-feira (19) que o início do corte da Selic já deveria ter ocorrido. “Pra mim, deveria ter sido em março. Vamos ver, vamos aguardar” disse Haddad, em conversa com jornalistas na Fazenda.
Também nesta segunda, analistas do mercado financeiro consultados pelo BC no Relatório Focus reduziram a estimativa para a taxa básica de juros da economia, ao fim de 2023, de 12,5% para 12,25% ao ano. Foi a primeira expectativa de redução depois de oito semanas de estabilidade.
No mês de março, a equipe econômica apresentou as linhas gerais do novo marco fiscal, que deverá substituir o teto de gastos no controle das contas públicas. O projeto de lei que regulamenta a regra fiscal está em trâmite no Senado e deve ser votado ainda esta semana, com possíveis alterações.
Lula volta a criticar juros altos e Banco Central
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também voltou a criticar a condução da política monetária e o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Durante a live “Conversa com o Presidente”, em sua canal do YouTube, na manhã desta segunda-feira (19), Lula afirmou que a manutenção da Selic no atual patamar de 13,75% ao ano “não tem explicação”.
Vale ressaltar que a expectativa da maioria dos agentes econômicos é que o Copom mantenha os juros na próxima reunião e só inicie o ciclo de afrouxamento monetário no segundo semestre.
Desse modo, Lula comemorou o melhor desempenho da economia brasileira, ressaltando a desaceleração da inflação. O presidente ainda exaltou a redução dos preços de alguns alimentos, citando a carne, o arroz e o óleo de soja, e a queda recente do dólar.
“A inflação está baixando. O dólar está caindo. Apenas o juro precisa baixar, porque também não tem explicação”, afirmou. “O presidente do Banco Central precisa explicar, não a mim, porque já sei por que ele não baixa, mas ao povo brasileiro e ao Senado que o elegeu por que ele mantém essas taxas de juros de 13,75% em um país que está com uma inflação anual de 5%”, prosseguiu.