O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas nesta quarta-feira (30) que as medidas de cortes de gastos terão o “impacto necessário para o arcabouço ser cumprido”.
“As despesas obrigatórias, [o governo] tem que encontrar uma forma de caberem dentro do arcabouço, é isso que vai dar sustentabilidade”, completou.
A declaraçao de Haddad acontece em um momento de inquietação do mercado diante da demora do governo para divulgar o tamanho do corte nas despesas. A ideia era que as medidas foram anunciadas logo após o segundo turno das eleições, mas o ministro já afirmou que “ainda não há data prevista para a divulgação do novo pacote”.
A notícia veiculada na manhã da terça-feira foi que Haddad aguardava o aval do presidente Lula para realizar um corte entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões nas despesas do governo federal.
Apesar da falta de detalhes em relação ao prazo para anúncio do pacote, Haddad garantiu que já houve entendimento entre a Fazenda e a Casa Civil sobre as medidas de corte de despesa.
Segundo ele, o trabalho agora será fazer ajuste de redação na proposta de emenda constitucional a ser enviada ao Congresso. “Se encaminhar dessa maneira, deve entrar numa emenda constitucional”, falou o ministro.
Tebet: é preciso ‘ter coragem de cortar o que é ineficiente’
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), declarou nesta segunda-feira (28) que é hora de “ter coragem para cortar gastos ineficazes” e liberar espaço para novas prioridades, como investimentos essenciais.
A declaração de Tebet foi realizada durante a cerimônia de anúncio de investimentos apoiados pela ApexBrasil.
Na ocasião, a ministra reforçou seu lema de que “não existe social sem fiscal” e afirmou que apenas o investimento público não pode cobrir todas as necessidades do país.
“Os números mostram que o que precisava dar certo, deu. Agora precisamos ter coragem de cortar o que é ineficiente”, destacou Tebet, de acordo com o “Valor”.
Ela também enfatizou a necessidade de revisar políticas públicas. “Erros e fraudes já foram cortados; agora precisamos ter coragem para cortar políticas insuficientes e ineficazes, a fim de investir em áreas como infraestrutura. Como lembrou um importante veículo de comunicação, é necessário dobrar o investimento no país, e para isso, precisamos de parcerias”, completou Tebet.