Economia

Haddad: crescimento acima da média mundial tem que ser o objetivo do Brasil

Ministro da Fazenda concedeu entrevista durante Cúpula do BRICS

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta quarta-feira (23), na África do Sul, que trabalhar para que o Brasil cresça acima da meta mundial é o objetivo do país. Para ele, a aprovação pelo Congresso Nacional do Novo Marco Fiscal, nesta terça (22), foi mais um passo importante para que essa meta seja atingida o quanto antes.

A entrevista coletiva foi concedida em Joanesburgo, em meio à agenda da 15ª Cúpula dos chefes de Estado do BRICS – grupo que reúne os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Eu penso que a reforma tributária, o arcabouço fiscal e as medidas que corrigem o desequilíbrio fiscal, recuperando a base fiscal que foi dilapida ao longo dos últimos anos, vão ao encontro desse anseio de restabelecer condições macroeconômicas de crescimento sustentável e crescimento acima da média mundial, que tem que ser o objetivo do Brasil”, disse o ministro, que fez questão de destacar o papel do Congresso Nacional.

“Gostaria de agradecer ao Congresso Nacional, na pessoa do presidente Arthur Lira e do presidente Rodrigo Pacheco, que ontem concluiu a votação final do novo marco fiscal. Havia uma expectativa grande de a gente substituir o teto de gastos por algo que fizesse sentido. Eu entendo que, pela expressiva votação que tivemos nas duas Casas, encontrou-se um denominador comum entre forças que pareciam antagônicas na direção de um entendimento sobre uma regra que desse aos investidores, aos contribuintes, aos cidadãos, a certeza de que temos uma economia que caminha para o equilíbrio do ponto de vista fiscal”, afirmou.

Para ele, os próximos passos devem ser no sentido de que o país assegure um equilíbrio fiscal que sustente as projeções de crescimento. “Nossa tarefa é estabelecer o ritmo desse equilíbrio. Temos que dar sequência ao arcabouço com a lei orçamentária e as medidas que acompanham a lei orçamentária para fazer valer o objetivo de acelerar o passo em relação a esse equilíbrio. Isso vai permitir que o Brasil, na situação geopolítica em que se encontra, faça valer as suas vantagens competitivas e acelere a sua taxa de crescimento”, analisou o chefe da Fazenda.

Fernando Haddad ressaltou ainda que esse crescimento sustentável tem que ser feito levando-se em conta três pontos principais: a inflação, a face social, já que o processo não pode ser conduzido em prejuízo da população que mais precisa do Estado, e, com o lançamento do Plano de Transformação Ecológica, do ponto de vista ambiental.