O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), criticou o modo como parte do mercado financeiro recebeu o pacote fiscal e afirmou que as medidas anunciadas são suficientes para o momento. Ele prevê que ainda este ano o pacote será aprovado no Congresso e não descartou a possibilidade de mais ações caso necessário.
Haddad disse ser preciso distinguir o setor de intermediação financeira e o mercado financeiro propriamente dito, que segundo ele é representado por fundos de gestão de patrimônio “dos ricos”.
Na avaliação de Haddad, pessoas ligadas à intermediação financeira dizem que o pacote do governo está sendo subestimado. Além disso, o ministro afirmou que o mercado tem “toda legitimidade” para criticar, mas que o “filme é melhor que a fotografia”.
“Não me parece que medidas de contenção de gastos são irrelevantes, como alguns querem fazer parecer”, afirmou durante evento da agência Jota em Brasília, segundo o “Investin.com”.
Haddad reafirmou que, se for preciso, novas soluções serão buscadas para equilibrar as contas públicas.
“Mas entendo que as medidas anunciadas são suficientes para o momento”, disse Haddad. O ministro mostrou confiança na apreciação do Congresso aos projetos dentro das próximas 3 semanas até o final do ano.
Haddad nunca esteve tão forte, diz Dario Durigan
Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, afirmou nesta segunda-feira (2) que o processo de formulação e fechamento do pacote fiscal pelo governo assegurou unidade em torno das medidas e evidenciou a força do ministro Fernando Haddad e da equipe econômica.
“O ministro Haddad, e a nossa equipe da Fazenda, nunca esteve tão forte, essa é a minha percepção”, afirmou Durigan durante participação em evento da XP.
“Tanto que o que o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) quis fazer quando chamou os ministros para mesa foi proteger o Haddad”, prosseguiu ele.
Durigan comentou sobre o fato após o anúncio do pacote fiscal por Haddad na semana passada. As medidas previstas incluem, além da contenção de gastos, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. As medidas não agradaram o mercado.
Em meio a rumores e preocupações de um enfraquecimento de Haddad, o secretário da Fazenda reiterou que a reforma do IR só será discutida em 2025.
Além disso, ele disse ser “inegociável” que a ampliação da faixa de isenção seja condicionada a medidas de compensação, de acordo com o “InfoMoney”.