O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ao Valor Econômico que defende a meta de inflação contínua, por ser “mais inteligente” que a meta ano-calendário.
Além disso, o ministro afirmou que o governo nao cogitou “em nenhum momento” alterar a meta de inflação.
O anúncio da meta contínua de inflação a partir de 2025, feito em junho de 2023, afasta a necessidade de cumprimento da meta no ano-calendário. A medida, porém, ainda não foi formalizada.
Em junho, o CMN (Conselho Monetário Nacional) precisará definir a meta de inflação para 2027. Para este ano, 2025 e 2026, o alvo é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Ministro pede que BC converse mais com a Fazenda
Ainda durante a entrevista, Haddad afirmou que os diretores do BC conversam “infinitamente mais” com o mercado do que com a Fazenda, defendendo que a autoridade monetária ouça também o setor produtivo.
“Às vezes, dá impressão de que conversar com a Fazenda é um pecado e conversar com o mercado o dia inteiro não é. Os diretores do BC conversam quase todo dia com gente de mercado e, vez ou outra, com técnicos da Fazenda. Defendo que se converse com o mercado e com o setor produtivo”, pontuou Fernando Haddad.
Haddad: Plano de ajuste fiscal de Tarcísio é inspirado na Fazenda
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), destacou que o plano de ajuste fiscal anunciado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apresenta muitas inspirações vindas da Fazenda.
“Oitenta por cento do plano é redução do gasto tributário e redução do juro da dívida de São Paulo, que é o trabalho que estamos fazendo”, afirmou o chefe da equipe econômica, em entrevista publicada nesta sexta-feira (31) pelo jornal Valor Econômico.
“No nosso caso, o juro não é contratual, é a Selic, mas o dele é. Ele depende do Executivo federal para conseguir. E sabe que há boa vontade do Executivo federal para isso”, afirmou Haddad.
De acordo com o petista, parte do plano está sendo atribuída à Fazenda nacional por Tarcísio.