O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira (20) que nunca houve pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre um presidente do BC (Banco Central) para baixar a Selic (taxa básica de juros).
O mandato do atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, chegará ao fim em 31 de dezembro e a gestão foi marcada por duras críticas vindas de Lula. O mandatário chegou a afirmar, em junho deste ano, que Campos Neto era um “adversário político e ideológico”.
“Uma coisa é comentário de ministro, líder partidário, deputado, senador, do vice-presidente, do presidente sobre o nível da taxa de juros. A outra coisa muito diferente é pressão. Pressão é quando você desrespeita a institucionalidade. Isso nunca aconteceu”, disse Haddad, segundo a “CNN”.
A composição do Copom (Comitê de Política Monetária) terá a participação, em maioria, dos diretores indicados pelo chefe do Executivo, a partir de 2025. Além disso, o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também foi indicação de Lula.
“O presidente Lula termina o seu décimo ano de mandato. Eu acredito que ele nunca foi acusado por nenhum presidente do Banco Central, de que foi pressionado”, completou Haddad.
Haddad: aprovação do pacote fiscal é prova de que há articulação política
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a aprovação do pacote fiscal pelo Congresso Nacional, concluído nesta sexta-feira (20), é prova de que há articulação política no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Se não tivéssemos articulação, não teríamos aprovado”, afirmou Haddad durante o café da manhã com jornalistas. As informações foram obtidas pelo “InfoMoney”.
O chefe da equipe econômica reforçou que tem boa relação com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e que os líderes do governo no Congresso “vivem” na Fazenda.
Quando questionado sobre o papel do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), Haddad afirmou não saber se ele participou “tanto” da articulação política. “Mas o SRI participou muito, os líderes não saem daqui, toda segunda estão aqui para discutir a agenda comigo, e com Lula sempre temos reunião de pauta também na segunda”, disse.
O ministro também afirmou que tem o hábito de conversar com líderes no Congresso, inclusive de outros partidos e da oposição, mencionando a senadora Tereza Cristina (PP) como uma parlamentar que debate muitos assuntos relacionados ao agronegócio com a Fazenda.