“Estou bastante tranquilo que vamos terminar o ano bem, com a Bolsa subindo e o PIB para cima, com baixo desemprego e refração do andamento”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta-feira (30).
Sobre o cenário macroeconômico do Brasil, Haddad, afirmou que as projeções de mercado do início do ano se frustraram pelos “bons números de fechamento”.
“A economia brasileira surpreende positivamente quando começamos a arrumar e ela começa a reagir”, disse o ministro da Fazendo, durante a Expert XP 2024.
O ministro lembrou o momento de aprovação da PEC de transição do Governo Lula, que foi chamada de “PEC da gastança”.
“Esse ano nós estamos mirando 0,25% de banda, que dá mais ou menos 28 bilhões. Se nós continuarmos arrecadando o que as medidas do ano passado geraram de receita adicional, sem aumento de carga tributária, porque nós estamos cobrando de quem não pagava, poderemos ter um déficit esse ano de menos de 0,5%, mas com chance de cravar dentro do intervalo da banda”, prosseguiu o ministro.
“Quase me indiquei à presidente do BC”, disse Haddad
Sobre as críticas que o presidente Luiz Inácio da Silva (PT) fez ao presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, e os impactos que isso causou ao mercado, Haddad disse ser normal receber críticas.
“Penso que numa democracia, assim como o meu trabalho é avaliado todo dia pela imprensa, tem um certo tabu em relação à política monetária, como se a política monetária fosse uma coisa técnica e a política fiscal não fosse”, afirmou durante o painel “Cenário Econômico no Brasil: desafios de gestão fiscal e perspectivas de crescimento”, na Expert XP, que participou junto com o CEO do Banco XP, José Berenguer.
“Uma autoridade monetária que tem que se entender, tem que harmonizar as políticas e eu diria que o meu emprego é bem mais difícil do que o dele [Campos Neto], eu quase me indiquei para presidência do Banco Central para trocar de cadeira, porque eu acho mais fácil lá”, brincou.
“O desafio é ser ex-da-fazenda, mas nunca vi ninguém reclamar de ser presidente do Banco Central. Então, aguentar um pouco de crítica, eu acho que faz parte. Não vejo problema algum”, disse Haddad.