Críticas a Perse e rever estratégia

Haddad expressa preocupação com contas da Previdência 

“Desonerar a folha de município é uma coisa que esbarra na reforma da Previdência, que todo mundo defendeu", declarou Haddad.

Haddad / Foto: José Cruz/ Agência Brasil
Haddad / Foto: José Cruz/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), nesta terça-feira (16), enquanto está em Washington para as reuniões de primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional), expressou preocupação com as contas da Previdência, com a aprovação de projetos no Congresso e declarou que o governo deve recorrer à justiça.

Além disso, Haddad declarou que acredita que os fundamentos da economia nacional “estão melhores do que um ano atrás”. Ele afirmou que os ajustes realizados pelo governo garantiriam uma melhora, tanto no ponto de vista da despesa quanto da receita.

“Nós não vamos ter o gasto primário que tivemos no ano passado. Nós não vamos ter a receita primária que nós tivemos no ano passado. A receita vai ser bem melhor, a despesa vai ser bem menor. De onde vem a arrecadação? Das medidas que o Congresso aprovou”, disse Haddad, de acordo com o “Valor”.

O ministro também destacou que a renovação da desoneração, especialmente nos municípios, não estava no radar.

“Desonerar a folha de município é uma coisa que esbarra na reforma da Previdência, que todo mundo defendeu, desse ponto de vista, o tempo todo. Todos os partidos defenderam que a Previdência não podia perder receita. Aí entra uma emenda, em um PL. O presidente veta, derrubando o veto, nós reabrimos a discussão”, pontuou.

Haddad critica proposta de Perse e defende rever estratégias

Ainda nesta terça-feira, o ministro da Fazenda afirmou que o Brasil vive uma semana turbulenta e pontuou que esse seria o momento para “repensar estratégias”.

“Mas vamos nos lembrar que, no governo anterior, o dólar bateu R$ 6. A taxa de juro futura subiu enormemente. E essas coisas se acomodam depois. Então, é um momento tenso. O lado externo não está ajudando. O lado interno, nós estamos corrigindo, corrigindo com diálogo no Executivo, com diálogo no Legislativo”, declarou Haddad.

O ministro deu como exemplo o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), em que a relatora, deputada Renata Abreu (Pode), defende R$ 5 milhões em renúncias fiscais por ano.

“Eu nunca tive um problema com o presidente Lira. Falamos recentemente, antes de viajar, disparei um telefonema para ele, falamos sobre os temas que tratamos aqui, encaminhamos para a relatora, ela está de posse dos dados do Perse”, informou.

Haddad também acrescentou ser entendimento dele e de Arthur Lira (Progressistas) que o Congresso tem os seus objetivos, mas é preciso “trazer esse programa para perto da normalidade”.

“Está muito sem freio, está aberto a fraudes que aconteceram e já estão sendo combatidas pela Receita Federal”, acrescentou.