Trabalho do BC

Haddad: meta de inflação contínua segue mirando os 3%

Haddad disse que o decreto desobriga o colegiado (CMN) a fixar novas metas de inflação com frequência

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O ministro da Fazenda do governo Lula, Fernando Haddad (PT), afirmou que toda a área econômica, que engloba o BC (Banco Central), participou da negociação dos termos do decreto que instituiu a meta contínua de inflação. 

Após a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), Haddad declarou à imprensa que o decreto desobriga o colegiado a fixar novas metas de inflação com frequência. 

Para ele, não há sinal de apreensão em relação ao compromisso do governo e do BC com o cumprimento das metas. Ele ressaltou que não foi debatido fixar um alvo que não seja de 3%, de acordo com o “InfoMoney”.

O decreto que torna formal a adoção de uma meta contínua de inflação, a partir de 2025, foi editado pelo presidente Lula, nesta quarta-feira (26). O texto prevê que o BC deve se explicar ao governo se o alvo for descumprido por 6 meses em sequência. 

Haddad disse ainda que Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária da autarquia, se reuniu com LUla nesta semana para esclarecer pontos do decreto, após autorização de Roberto Campos Neto, presidente do BC. 

A grande vantagem do sistema de meta contínua, segundo Haddad, é que caberá ao BC oferecer um plano de trabalho para pôr a inflação dentro da margem da meta.

Haddad: ciclo de corte de juros teve ‘pausa’ e não fim

O ministro da Fazenda Fernando Haddad reforçou, nesta terça-feira (25), que o ciclo de corte de juros sofreu uma pausa com a última decisão do Copom, não um fim. “Essa é uma diferença importante para ser salientada”, disse a jornalistas.

Haddad também afirmou que a ata do Copom, divulgada nesta terça-feira (25), está “muito aderente” ao comunicado da última reunião da autoridade monetária, o que é “bom”.

“A ata transmite uma ideia de que está havendo uma interrupção [no ciclo de cortes da taxa Selic] para avaliar os cenários externo e interno”, disse o ministro.

Fernando Haddad destacou ainda que há uma pequena pressão inflacionária que pode afetar o curto prazo em razão das enchentes no Rio Grande do Sul (RS). No entanto, avaliou, o horizonte a ser perseguido pelo BC é de médio e longo prazo.