O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, na quinta-feira (21), que o Orçamento terá um novo bloqueio de cerca de R$ 5 bilhões. Segundo ele, o número foi passado pela Casa Civil na reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO).
“Talvez [o bloqueio] seja um pouquinho menos, um pouquinho mais que isso, mas na casa dos R$ 5 bilhões. É bloqueio porque a receita está correspondendo às expectativas nossas e o ponto de vista do cumprimento de meta, conforme a LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias]”, disse o ministro.
Haddad reiterou que a arrecadação está dentro das previsões e negou que haja mudança na meta de resultado primário de déficit zero com margem de tolerância de até R$ 28,75 bilhões para mais ou para menos.
Nesta sexta-feira (22), o Ministério do Planejamento e Orçamento divulgará o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, que orienta a execução do Orçamento. A última edição do documento tinha descongelado R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2024.
Campos Neto: vejo bastante vontade de Haddad em cortar gastos
O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (18) que enxerga “bastante vontade” no ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em seguir com os planos de corte de gastos.
“Acho que o governo está bastante esforçado, vejo bastante vontade do ministro Haddad de fazer (um pacote de corte de gastos)”, disse Campos Neto durante o evento do Insper.
Na avaliação do presidente do BC, a realidade fiscal do Brasil não é um desastre.
“Temos muitos recursos e possibilidades de fazer correções de rotas. Essas correções têm que ser feitas mais através da parte de gastos que da parte de receitas”, disse Campos Neto, segundo a “CNN Brasil”.
Além disso, o executivo também destacou que economistas apontaram que o pacote de revisão de gastos deveria evitar uma combinação de ajustes ligados às receitas e despesas.
“Estamos em uma situação em que o mercado anseia muito por esse choque positivo. É muito difícil produzir uma situação de juros mais baixos de forma estrutural se não houver uma percepção de fiscal equilibrado”, concluiu Campos Neto.