O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou nesta segunda-feira (6) que o início da discussão sobre a reforma de renda no Congresso Nacional deverá aguardar a eleição da presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A afirmação foi realizada após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Haddad se encontrou com Lula para tratar da agenda econômica de 2025 e da votação do Orçamento deste ano. Segundo o ministro, a prioridade do governo neste início de ano é a votação da LOA (Lei Orçamentária Anual).
Uma “inconsistência” no projeto da reforma da renda que vem sendo elaborado pelo governo foi identificada pela pasta econômica, disse Haddad no final de 2024. Sobre a solução para a inconsistência, ele respondeu: “Vou saber hoje”.
“A Receita Federal ainda não rodou o novo modelo porque nós estávamos terminando o ano com muitas coisas. Mas isso já deve ficar pronto nos próximos dias”, disse o ministro a jornalistas, segundo a “CNN Brasil”.
Mesmo que o Congresso Nacional não tenha aprovado a LOA em dezembro do ano passado, a União ainda poderá pagar normalmente as despesas obrigatórias ou essenciais, como salários, aposentadorias e estoques dos serviços de saúde.
Porém, de modo geral, outras despesas poderão ficar limitadas a 1/12 do valor previsto por mês, segundo o veículo.
“No começo do ano, é sempre uma discussão mais lenta mesmo ordinariamente. Temos que falar com o relator [senador Angelo Coronel] para ajustar o orçamento às perspectivas do arcabouço fiscal e das leis que foram aprovadas no final do ano passado”, disse Haddad.
O adiamento da votação do Orçamento foi uma opção do relator do texto, senador Angelo Coronel, para que pudesse haver mais tempo na incorporação das medidas fiscais apresentadas pelo governo no seu relatório final.
Haddad nega discussões sobre mudança no regime cambial
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta segunda-feira (6), que não há qualquer discussão sobre mudança de regime cambial ou aumento de impostos para diminuir a saída de dólares do país. Em entrevista a jornalista após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad falou que o câmbio deve se acomodar.
De acordo com o ministro, já há sinalizações de que Donald Trump vai atuar de forma mais moderada em relação ao que foi proposto em sua campanha eleitoral.
“Nós tivemos um estresse no final do ano passado, no mundo todo, tivemos um estresse também no Brasil. Hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos deu declarações moderando determinadas propostas feitas ao longo da campanha. É natural que as coisas se acomodem”, disse Haddad.
“Mas não existe discussão de mudar o regime cambial no Brasil nem de aumentar imposto com esse objetivo”, afirmou.
O real passou por uma desvalorização em relação ao dólar no final de 2024, chegando a R$ 6,00 pela primeira vez na história. A queda foi motivada por incertezas sobre a postura fiscal do governo brasileiro e levou o BC (Banco Central) a iniciar políticas de intervenção no câmbio.
Além das dúvidas sobre a política interna, a alta também foi motivada pela valorização do dólar em todo o mundo, com as expectativas de que as políticas de Trump possam ter um efeito inflacionário e levem a maiores taxas de juros nos EUA.