Economia

Haddad sobre feitos na política econômica: 'O meu nome não aparece'

" ‘A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!’ E o Haddad é um austericida", criticou

Passado o primeiro ano de atuação do Governo Lula 3, a política econômica do País alcançou alguns resultados favoráveis. A aprovação de reformas, boa relação com lideranças do Congresso e indicadores econômicos superiores às expectativas são alguns dos saldos do ano de 2023. O desempenho de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda, inicialmente questionado pelos especialistas, se provou e fez com que, aos poucos, o mercado desarmasse suas previsões pessimistas.

O chefe da pasta afirma que, em meio aos resultados alcançados através da política econômica da gestão Lula, sua atuação acaba sendo camuflada. 

“É curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece é assim: ‘A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!’ E o Haddad é um austericida”, disse Haddad em entrevista ao Jornal O Globo.

“Então, ou está tudo errado ou está tudo certo. Tem uma questão que precisa ser resolvida, que não sou eu que preciso resolver”, completa.

A política econômica conduzida por Haddad tem sido alvo de controvérsia dentro do PT. Recentemente, o partido endossou um documento que menciona o termo ‘austericídio’ (suicídio econômico por políticas de cortes de gastos), uma corrente apoiada pela presidente Gleisi Hoffmann. Desta forma, o partido torna oficial a crítica à política de reequilíbrio fiscal defendida por Haddad. 

O ministro da Fazenda ainda salienta os alcances durante o primeiro ano da gestão petista, como a volta do Brasil à nona posição entre as maiores economias do mundo, ultrapassando o PIB do Canadá. Haddad também destaca a redução da inflação e a performance do mercado financeiro nacional, que atualmente está em patamares favoráveis e superou recordes históricos em 2023.  

“Não dá para celebrar Bolsa, juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e simultaneamente ter a resolução que fala ‘está tudo errado, tem que mudar tudo’. Alguma coisa precisa ser pensada a respeito, mas não tenho problema com isso”, disse.

Em dezembro de 2023, o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), caiu 3,4 pontos em dezembro, para 107,0 pontos, voltando a marcar nível abaixo dos 110 pontos, limite inferior da faixa de incerteza considerada elevada.

Quando questionado se tal leitura poderia ser um empecilho durante sua atuação na pasta da Fazenda, o ministro responde: “Eu fui criticado no MEC, mas virei o melhor ministro da Educação da história do país, depois que deixei o MEC. Melhor prefeito da história de São Paulo, depois que deixei a prefeitura. Tomara que aconteça a mesma coisa agora (como ministro da Fazenda)”.

Meta fiscal de 2024 em foco: será possível alcançá-la?

Durante o ano de 2023, o Governo Federal e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), se empenharam incessantemente para atingir a meta fiscal de 2024, que prevê um déficit zero das contas públicas. Os últimos meses foram marcados por diversas votações essenciais para a equipe econômica, com muitos projetos prevendo o aumento dos impostos para incrementar as receitas do governo, a fim que a meta do ano que vem seja alcançada . 

Na visão de Ricardo Holz, especialista em administração pública, apesar do empenho do governo Lula, é muito pouco provável que o País reporte um déficit zero em 2024. Segundo ele, a equipe de Haddad está muito focada em aumentar as receitas, deixando de lado a possibilidade de corte de gastos estatais.

“Não vai ser fácil atingir a meta fiscal de 2024. O governo tem optado por um caminho extremamente complexo, que é o de aumento de arrecadação. É buscar aumentar impostos, é reverter desonerações a setores e a empresas que foram dados em outros governos e aumentar a tributação sobre os super ricos”, explicou Holz ao BP Money, veja análise na integra.

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