Haddad diz que taxa de juros do Brasil é anormal

Haddad vê como “fora de propósito” a atual taxa de juro real

Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, chamou de “anômala” a taxa de juros praticada atualmente no Brasil. Em entrevista ao portal “Brasil 247”, o ex-presidenciável também relatou que vê como “fora de propósito” a atual taxa de juro real, em relação à inflação.

“Então você tem um mundo onde você tem uma taxa de inflação menor que EUA e Europa, só que nós estamos com a taxa de juros maior do planeta, a taxa de juros real. Então olha o paradoxo que nós estamos vivendo. É uma situação completamente anômala, uma inflação comparativamente baixa, e uma taxa de juros real fora de propósito para uma economia que já vem desacelerando, só não diz isso aquele que quer mal informar a população, ela já vinha se desacelerando”, afirmou.

De acordo com Haddad, o aumento nos gastos públicos no último ano de governo promoveu o aumento dos juros no Brasil.

“Eles sabem disso, eles fazem isso o dia todo, mas o problema é que não entendo porque isso não vem à luz com a clareza que deveria, o custo que a farra eleitoral produziu. Nós tivemos uma farra eleitoral, um presidente fadado ao fracasso, desesperadamente buscou sua reeleição. E produziu uma expansão do gasto, das isenções, que veio acompanhado de um brutal aumento da taxa de juros, que saiu de 2%, para 13,75%”, relatou Haddad. 

Haddad quer discutir reformas com o Congresso a partir de abril

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta terça-feira (3), que o governo pretende discutir as reformas tributária e fiscal com o Congresso a partir de abril. Segundo o ministro, é fundamental esperar a posse dos novos parlamentares em fevereiro e a formação de bancadas e comissões no Poder Legislativo. As informações são da “Reuters”. 

Haddad destacou, entretanto, que as medidas podem ser apresentadas antes do fim do primeiro trimestre.

Haddad afirmou que o governo começará a reforma tributária com a análise dos impostos indiretos, que incidem sobre o consumo. Depois disso, as cobranças diretas, como o Imposto de Renda, entrarão em pauta.