Há dois anos o presidente Jair Bolsonaro suspendeu o horário de verão, porém o tema voltou à tona devido ser uma forma de poupar energia diante da maior crise hídrica que o país enfrenta. Especialistas ouvidos pelo Estadão / Broadcast, defendem que o mecanismo pode amenizar o consumo de energia, diminuindo o custo para os consumidores, que foram surpreendidos com a alta dos preços. A previsão dos profissionais prevê que o horário de verão pode poupar cerca de R$ 500 milhões.
O horário de verão começou a ser questionado sobre sua redução da economia em 2017, período em que foi registrada uma queda de consumo da ordem de 2.185 megawatts, equivalente a cerca de R$ 145 milhões. Em 2013, a economia havia sido de R$ 405 milhões.
O setor de bares e restaurantes analisa que a volta do horário de verão pode dobrar o faturamento no período da noite, por ser um horário de maior movimentação de clientes devido ao “happy hour”. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) defende, junto com outras entidades empresariais, a retomada do mecanismo diante os prejuízos sofridos com as medidas de isolamento criadas para reduzir os impactos da pandemia da covid-19.
Apesar da avaliação de especialistas, o governo não indica nenhuma possibilidade de retomar o horário de verão.
Em nota, o Ministério de Minas e Energia já chegou a afirmar: “no momento não identificamos que a aplicação do horário de verão traga benefícios para redução da demanda”. A pasta ainda informou que tem estudado iniciativas “que visam o deslocamento do consumo de energia elétrica dos horários de maior consumo para os de menor, de forma a otimizar o uso dos recursos energéticos disponíveis do Sistema Interligado Nacional”.
O presidente Jair Bolsonaro, no início do mês, em conversa com apoiadores disse que “a maioria [das pessoas] é contra” o horário de verão. “Horário de verão foi comprovado que não tem ganho financeiro, e a maioria é contra porque mexe no relógio biológico da pessoa”, alegou.