Ibovespa abre em alta, apesar da divulgação da inflação no Brasil

Aumento do IPCA-15 e balanços corporativos no País chamam atenção

O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu em alta nesta quarta-feira (27), após registrar sete quedas seguidas. Por volta das 10h20 (de Brasília), o índice avançava 0,41% a 108,659 mil pontos, apesar da divulgação de dados inflacionários em alta no País.

As expectativas para a abertura do Ibovespa foram impulsionadas pela divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15) referente ao mês de abril deste ano.

O dado inflacionário anunciado nesta quarta-feira (27) ficou em 1,73% no mês de abril. Esta foi a maior taxa para o mês desde 1995, que naquela ocasião, ficou em 1,95%.

Vale ressaltar que, nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 12,03%, superior aos 10,79% registrados no mesmo período anterior.

No radar corporativo do País, a WEG (WEG 3) aprovou um aumento do capital social da empresa.

Através da incorporação de parte do saldo da conta de Reserva de Lucros / Retenção de Lucros para Investimentos no valor de R$ 1 bilhão, o total do capital social da companhia foi de R$ 5,504 bilhões para R$ 6,504 bilhões.

A Neoenergia (NEOE3) anunciou que o lucro líquido nos três primeiros meses de 2022 foi de R$ 1,2 bilhão, número 20% maior do que os R$ 980 milhões registrados entre janeiro e março do último ano.

A Indústrias Romi (ROMI3), por sua vez, anotou lucro líquido de R$ 30,5 milhões no primeiro trimestre deste ano. O aumento em comparação com o mesmo período do ano passado foi de 47%.

Além disso, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) também divulgarão os balanços financeiros do primeiro trimestre de 2022 nesta quarta (27).

Já nos EUA, as expectativas estão voltadas para as divulgações de grandes corporações do país.

A Meta (FBOOK 34), controladora do Facebook, deve divulgar seus resultados nesta quarta-feira, enquanto a Apple (AAPL34), e a Amazon (AMZO34) apresentarão seus números na próxima quinta-feira (28).

No cenário europeu, os investidores seguem atentos aos novos desdobramentos da guerra da Rússia contra a Ucrânia. 

A Gazprom, empresa russa fornecedora de gás, interrompeu o fornecimento para a Polônia e a Bulgária. Segundo a Gazprom, o corte do fornecimento aconteceu porque ambos os países não aceitaram pagar a Rússia em rublos, conforme a exigência de Moscou.

Em contrapartida, os mercados do continente também contaram com as divulgações de grandes bancos da região.

O Deutsche Bank anunciou que teve lucro de 1,23 bilhão de euros no primeiro trimestre de 2022, superando a avaliação de analistas. Enquanto isso, a companhia espanhola Iberdrola também teve resultados positivos com uma receita líquida de 1,06 bilhão de euros.

Já o Credit Suisse informou que teve prejuízo de 273 milhões de franco suíços no primeiro trimestre de 2022. A receita da companhia sofreu uma queda anual de 42% entre janeiro e março.

– FTSE 100 (Reino Unido), +0,53
– DAX (Alemanha), -0,019
– CAC 40 (França), +0,13
– FTSE MIB (Itália), +0,072 

Já na Ásia, as bolsas chinesas apresentaram recuperações. Após a divulgação de balanços corporativos das empresas do país, que tiveram aumento de 10,6% na receita em comparação com março de 2021, os acionistas da região puderam ter um alívio.

Mesmo com a recuperação, as autoridades da China ainda mantém como prioridade as as medidas voltadas ao lockdown no país. 

Com o aumento de casos de Covid-19 na região, o governo já anunciou que irá intensificar a testagem em diversas cidades do país, principalmente as vizinhas da capital Pequim.

O restante das bolsas sofreu quedas por conta dos balanços corporativos das empresas e a insegurança com o crescimento da economia. Além disso, o possível aumento da taxa de juros nos EUA também preocupa.

– Nikkei (Japão), -1,17%
– Kospi (Coreia do Sul), -1,10%
– Hang Seng Index (Hong Kong), +0,06%
– Shanghai SE (China), +2,49%

Por fim, no Brasil, empresas como Carrefour (CRFB3), Enaut (ENAT3), Petz (PETZ3), e BR Properties (BRPR3) anunciaram a distribuição de seus proventos e dividendos. 

Além disso, o Ibovespa também teve influência do mercado das criptomoedas. O Senado também aprovou a Lei Bitcoin, Projeto de Lei 3.825/2019, de autoria do senador Flávio Arns (Podemos-PR), que regula operações realizadas com cripto ativos no Brasil.