O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quarta-feira (26) em alta, com atenções voltadas a um possível acordo entre o Mercosul e o Japão. Agentes do mercado também reagem ao déficit em conta corrente registrado em fevereiro, de US$ 8,8 bilhões, e às comunicações de membros do Fed.
Por volta das 10h18 (horário de Brasília) o marcador estava em alta de 0,42% aos 132.628 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma alta de 0,35%, cotado a R$ 5,7190.
Movimenta o Ibovespa a possibilidade de um acordo comercial entre o Mercosul e o Japão. De acordo com declarações desta quarta-feira (26) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as negociações para a parceria devem começar no segundo semestre deste ano, quando o Brasil retorna à presidência do bloco.
Outro destaque é o déficit em conta corrente. O BC (Banco Central) informou, nesta quarta-feira (26), que o Brasil teve um déficit em transações correntes de US$ 8,758 bilhões em fevereiro. Além disso, o déficit acumulado em 12 meses é equivalente a 3,28% do PIB (Produto Interno Bruto). O resultado negativo foi menor que o esperado.
Enquanto isso, investidores reagem às afirmações do presidente do Fed (Federal Reserve) de Chicago, Austan Goolsbee. Ele disse esperar que a taxa de juros esteja “um pouco mais baixa” dentro de 12 a 18 meses. Porém, ele afirmou que o próximo corte pode demorar mais do que o previsto, em razão das incertezas econômicas.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
Apesar do déficit em conta corrente, os investimentos diretos no Brasil atingiram US$ 9,3 bilhões, superando as expectativas de analistas, de US$ 5,5 bilhões. O país também espera novas relações comerciais e Lula afirmou, ao lado do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, que o multilateralismo vai ser o tema central da cúpula dos Brics.
As falas de Goolsbee ao “Financial Times” também movem o Ibovespa. O presidente do Fed de Chicago é membro votante do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) neste ano e disse ao jornal que, se os mercados começarem a prever uma inflação mais alta, ele veria isso como “uma grande área de preocupação” para a política monetária.
Novamente sobre a política brasileira, outro destaque é a regravação, pela ministra Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, de vídeo para divulgar o Crédito do Trabalhador, nova linha de crédito consignado que usa o FGTS como garantia. O vídeo original foi alvo de representação do partido Novo junto ao TCU.
Já no mundo corporativo, investidores reagem ao balanço da JBS (JBSS3) para o quarto trimestre de 2024. De acordo com a empresa, os resultados representaram um final sólido para a um ano forte.
EUA
Os índices futuros das bolsas dos EUA estão registrando quedas nesta quarta-feira (26), impactados pela incerteza em torno da nova rodada de tarifas proposta por Donald Trump.
O governo Trump havia sinalizado, no começo deste mês, que as tarifas a serem impostas poderiam ser mais restritas e específicas do que o mercado temia.
No entanto, na terça-feira, Trump declarou que prefere não fazer muitas exceções, mas afirmou que as medidas provavelmente serão “mais flexíveis do que recíprocas, pois se fossem totalmente recíprocas, isso complicaria demais a vida das pessoas”.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,19%
S&P 500 Futuro: -0,22%
Nasdaq Futuro: -0,41%
Bolsas asiáticas
Na Ásia, os mercados terminaram o pregão de forma mista nesta quarta-feira, com investidores ainda atentos à implementação das tarifas recíprocas que Trump anunciou para o dia 2 de abril.
O bom desempenho de Wall Street no dia anterior ajudou a aliviar a pressão sobre os mercados asiáticos, com Seul registrando os maiores ganhos. Na China, Xangai fechou ligeiramente em queda, enquanto Japão e Hong Kong apresentaram resultados positivos.
Shanghai SE (China), -0,04%
Nikkei (Japão): +0,65%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,60%
Kospi (Coreia do Sul): +1,08%
ASX 200 (Austrália): +0,71%
Bolsas europeias
Os mercados europeus também operam de forma mista, com os investidores aguardando a “Declaração de Primavera” da Ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, que deve ser divulgada após o meio-dia, no horário local.
O otimismo foi reforçado por dados que mostraram uma leve desaceleração da inflação no país, que caiu para 2,8% em fevereiro.
Reeves deve anunciar cortes significativos nos gastos públicos, visando reduzir o déficit orçamentário, agravado pelo aumento dos custos com empréstimos desde a apresentação do seu primeiro plano fiscal no ano passado.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,04%
DAX (Alemanha): -0,16%
CAC 40 (França): -0,27%
FTSE MIB (Itália): +0,12%
STOXX 600: -0,26%