O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu em queda nesta quarta-feira (4), enquanto o dólar sobe ante o real. Por volta das 10h20 (de Brasília), o índice recuava 0,47% a 106,028 mil pontos, movido pelas expectativas dos anúncios sobre as taxas de juros no Brasil e nos EUA.
O analista do AndBank, Fernando Bresciani, exemplificou a importância das decisões que serão divulgadas nesta “Super Quarta”, e sua influência para o Ibovespa.
“Quando olhamos as bolsas americanas, os futuros operam em alta e na Europa todas em queda. Hoje é um grande dia, porque terá definição de juros com discurso do presidente do FED nos Estados Unidos no meio da tarde e no final do dia temos a decisão do Banco Central por aqui, sobre a decisão que virá pela frente.”, disse o executivo.
Além disso, Bresciani também explicou a influência dos anúncios no restante do mundo. “Esperamos que esse cenário seja mais desafiador, e isso pode indicar alguma mudança lá na frente também para Europa. Saiu o IPC FIPE, que ficou muito acima do esperado e mostrou que a inflação na cidade de São Paulo continua alta. Tem uma série de balanços sendo divulgados. Hoje é um dia de cautela, todo mundo vai está esperando essa decisão e qualquer definição para bolsa eu acredito que seja depois dessas duas decisões”, afirmou o especialista da área financeira.
No cenário doméstico, o anúncio do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) referente ao mês de abril foi o primeiro dado determinante divulgado nesta quarta (4).
Segundo dados divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o índice que mede a inflação na cidade de São Paulo registrou alta de 1,62%. Nos 12 meses até abril, a inflação acumulada foi de 12,26%.
Além disso, o último fechamento em alta dos juros futuros também alertam os acionistas, ao aumentar a probabilidade de que a alta da taxa Selic seja de 1 ponto percentual.
Por sua vez, o dólar abriu em alta nesta quarta (4). Após a venda de US$ 1 bilhão em swap cambial realizada na última terça-feira (3), a cotação da moeda fechou em baixa na última terça (3), mesmo com os ganhos de 2,68% nos dois pregões anteriores.
Próximo das 10h20 (horário de Brasília), a moeda norte-americana subia 0,96%, vendida a R$ 5.078.
Nos EUA, a entrevista do presidente do FED (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Jerome Powell, segue como um dos principais fatores para atenção dos acionistas.
A expectativa para o anúncio da alteração das taxas de juros já ronda os investidores há algumas semanas, porém, o anúncio oficial será realizado nesta quarta (4).
Para controlar o aperto monetário do país, a projeção é que o banco norte-americano anuncie novas medidas diretas contra o aumento da inflação.
Além disso, novos balanços corporativos da temporada de resultados dos EUA, e a divulgação do PMI (Índice de Gerente de Compras) do país também serão fatores determinantes para as bolsas da região.
Já no mercado europeu, as bolsas operam em baixa, ainda sofrendo influência dos desdobramentos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
O anúncio mais recente da UE (União Europeia) propôs um embargo total às importações de petróleo da Rússia, a fim de enfraquecer as invasões em território ucraniano.
Os dados em alta dos resultados no varejo e o índice de PMI da zona do ouro também chamaram atenção dos acionistas.
Na Alemanha, por exemplo, o índice varejista subiu de 56,1 em março para 57,6 em abril, o que resultou no maior nível desde agosto do ano passado.
– FTSE 100 (Reino Unido), -0,43%
– DAX (Alemanha), -0,094%
– CAC 40 (França), -0,59%
– FTSE MIB (Itália), -0,49%
Por fim, na Ásia, as bolsas da região fecharam em baixa, ainda aguardando os novos desdobramentos referentes à alta de juros por parte do FED.
Além das reações no Ibovespa, as divulgações do banco norte-americano também refletem na liquidez reduzida do continente asiático, além da recuperação das bolsas chinesas e japonesas, que vêm de recente feriado.
– Nikkei (Japão), -0,11%
– Kospi (Coreia do Sul), -0,11%
– Hang Seng Index (Hong Kong), -1,10%
– Shanghai SE (China), +2,41