O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu em queda nesta terça-feira (19). Por volta das 10h15 (de Brasília), o índice avançava 0,55% a 115.056 mil pontos.
As novas declarações do FED (Federal Reserve, o banco central norte-americano), e os balanços corporativos das principais empresas dos EUA influenciaram a abertura em queda do Ibovespa.
As novas falas do presidente do FED, James Bullard, foram o principal termômetro para os acionistas que estão acompanhando os desdobramentos inflacionários nos mercados norte-americanos.
Segundo o presidente, o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) não pode descartar um aumento de 0,75 ponto percentual na próxima reunião, e que o aumento da taxa de juros determinado pelo banco deve ser em torno de 3,5% ao final do ano, com um aumento de 0,5 ponto em maio.
Além disso, Bullard também reforçou o possível bom desempenho da atividade econômica neste ano, com desemprego abaixo dos 3%, e a pretensão de controlar a inflação sem gerar uma recessão no país.
No cenário doméstico, os anúncios corporativos também marcam esta terça-feira (19), com a divulgação dos resultados de grandes empresas como Vale (VALE3), Assaí (ASAI3) e o Pão de Açúcar (PCAR3) após o fechamento da B3.
Enquanto isso, o Itaú Unibanco (ITUB4) anunciou o acordo para aquisição de 12,82% do capital social da celebrou, por meio de suas controladas, acordo para aquisição, via aporte financeiro, de 12,82% do capital social da marketplace de agro, Orbia.
A Aliansce Sonae (ALSO3), por sua vez, informou na última segunda-feira (18) que apresentou ao Conselho de Administração da BR Malls Participacoes SA (SA: BRML3) a terceira proposta de fusão de negócios com a empresa.
Em nova proposta, a Aliansce Sonae apresentou uma relação de troca mais favorável aos acionistas da BR Malls. O pagamento em dinheiro estipulado é de R$ 1,25 bilhão, e a relação é de substituição de 1 ação de emissão da empresa para 0,3940 ação de emissão da Aliansce.
Outras companhias também divulgaram seus resultados corporativos, como a MRV&Co (MRVE3), que informou o total de R$ 1,743 bilhão de vendas líquidas no trimestre, um crescimento de 7,6% em relação aos três primeiros meses de 2021, de 4,2% frente ao período entre janeiro e março de 2020.
Já nos EUA, a alta volatilidade nos mercados do país também foi marcada pelas declarações do presidente do FED, mas os acionistas aguardam as próximas definições dos índices inflacionários, enquanto os resultados corporativos das maiores empresas norte-americanas ainda serão divulgados até o final desta semana.
– Dow Jones (EUA), -0,11%
– S&P 500 (EUA), -0,02%
– Nasdaq (EUA), -0,14%
No mercado europeu, as principais bolsas do continente voltam a operar em baixa, no retorno pós feriado prolongado de Páscoa.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia segue ditando o ritmo nos mercados europeus, principalmente após os novos atentados do exército russo em território ucraniano.
Com isso, o Banco Mundial informou a decisão de reduzir sua previsão de crescimento global para 2022 em quase um ponto percentual, de 4,1% para 3,2%, classificando a invasão russa na Ucrânia como um dos principais fatores para tal mudança, e para aumento da pressão da economia no continente.
– FTSE 100 (Reino Unido), -0,51
– DAX (Alemanha), -0,79
– CAC 40 (França), -1,40
– FTSE MIB (Itália), -1,92
Já na Ásia, o fechamento das principais bolsas ocorreu de forma mista.
Por um lado, o Banco Popular da China informou que irá aumentar o apoio financeiro para indústrias, empresas e pessoas afetadas pelos novos casos de Covid-19 no país, após o fechamento de diversos centros econômicos ocasionados por lockdowns.
Em outra ótica, diversas ações de tecnologia chinesas caíram depois que as autoridades da China anunciaram a proibição da transmissão ao vivo de videogames não autorizados.
– Nikkei (Japão), +0,69%
– Kospi (Coreia do Sul), +0,95%
– Hang Seng Index (Hong Kong), -2,28%
– Shanghai SE (China), -0,0,5%
Voltando ao cenário brasileiro, os acionistas do Ibovespa também aguardam os desdobramentos das investidas do governo federal no mercado norte-americano. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participarão, nesta terça (19) de reuniões no FMI (Fundo Monetário Internacional), em Washington D.C., nos EUA.