Após semana marcada por quedas no Ibovespa em decorrência da “Superquarta”, o mercado voltará suas atenções para a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), que será divulgada na terça-feira (24). Além disso, os próximos cinco dias úteis serão repletos de indicadores econômicos e pronunciamentos que ditarão o tom para o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira.
No meio da próxima semana, na quarta-feira (25), o IPCA-15 ditará todo o mercado nacional. Na sequência, na quinta-feira (26), o BC volta aos holofotes com a divulgação do RI (Relatório de Inflação) do terceiro trimestre de 2024. O dia será bastante movimentado para o Ibovespa, pois os membros do comitê concederão entrevistas para comentar o documento.
“Essa será uma oportunidade do Copom calibrar a expectativa do mercado no novo ciclo de juros”, comentou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.
O colegiado terá de explicar tanto o RI quanto os detalhes referentes aos pontos que levaram às variações atuais das expectativas de inflação. De acordo com Manzoni, a autarquia deve esclarecer temas “como o hiato do produto positivo e o balanço de risco assimétrico altista”.
Outro destaque da semana será o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referente ao mês de agosto, que também sairá na quinta-feira.
No exterior, como indicado por Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, o PCE de agosto nos EUA será destaque. Além disso, também saem os dados do Índice de Preços de Gastos de Consumo Pessoal serão divulgados na sexta-feira (27).
Por fim, nos EUA, e também na sexta-feira, será divulgada a versão final do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre. Lá fora, bem como no Brasil, a semana será repleta de pronunciamentos.
Como o Ibovespa se comportou na semana
O Ibovespa caiu bastante entre 16 e 20 de setembro. Na maior parte dos dias, o índice fechou em queda, influenciado pelo cenário externo e receitas referentes à política monetária do país.
A tão esperada “Superquarta” não foi tão super para o Ibovespa. Mesmo com o consenso de alta da Selic (taxa básica de juros), os investidores sentiram a pressão da decisão do Copom, e o índice fechou em queda.
Após a divulgação da decisão do Copom, o mercado exerceu o comunicado como “muito duro” e iniciou uma especulação sobre a velocidade do aumento da Selic, bem como um terminal de impostos. As projeções chegam a superar os 12% em alguns casos.
Era esperada uma desinclinação na curva de juros com a contração das taxas dos vértices longos. O movimento foi oposto, com a curva se mantendo inclinada com a alta dos vértices, como explicou o analista Leandro Manzoni.
Mesmo com toda essa tensão, na última quarta-feira (18), o dólar também amargou. Aquela foi a sexta queda seguida, em uma depreciação que ganhou intensidade após o Fed anunciar um corte de 0,50 pp (ponto percentual) nas taxas de juros dos EUA.
“Apesar do retorno, no fim das negociações, o dólar ficou distante das mínimas observadas no dia, uma vez que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, foi bastante cauteloso em seu discurso, evitando reforçar um tom mais ‘dovish’ (favorável a juros mais baixos)”, disse o CEO do Transferbank, Luiz Felipe Bazzo.
Ibovespa na semana
Segunda-feira (16): +0,18%
Terça-feira (17): -0,12%
Quarta-feira (18): -0,90%
Quinta-feira (19): -0,47%
Sexta-feira (20): -1,55%
Semana: -2,83%