Após o Ibovespa passar por duas semanas mornas, a agenda econômica entre 28 de outubro e 1º de novembro terá mais movimento. Saem dados relevantes nos EUA, Brasil e Zona do Euro.
Além disso, no domingo (27), ocorrerão as eleições parlamentares na China, que poderão levar a um enfraquecimento do partido governista, enquanto o país apresentará os Índices de Gerente de Compra de outubro.
Na semana pré-eleição nos EUA, sai a taxa de desemprego de outubro, com destaque para a folha de pagamento na sexta-feira (1º). Ainda nos EUA, na quarta-feira (30), sairá a primeira prévia do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre.
Além disso, a temporada de balanços em Wall Street ganha impulso, com foco em big techs e petrolíferas. Entre os balanços a serem divulgados estão os da Apple (AAPL34), Amazon (AMZO34) e Microsoft (MSFT34).
“Os dados econômicos americanos e os resultados das empresas movimentam os mercados globais no curto prazo, pois indicam a tendência do cenário econômico”, comentou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.
Contudo, os investidores já estão calibrando suas posições para as eleições presidenciais de 5 de novembro nos EUA, onde o republicano Donald Trump tem favoritismo. As pesquisas apontam para um empate entre Trump e a democrata Kamala Harris, que ganhou popularidade entre os eleitores.
No Brasil, serão divulgados dados importantes para a condução da política monetária pelo Banco Central. Além do Boletim Focus tradicional, o BC apresentará números do setor externo e do setor público consolidado.
Durante a semana, ainda no cenário nacional, tem dados do mercado de trabalho por meio do Caged e da taxa de desemprego através da PNAD Contínua.
Como o mercado se comportou entre 21 e 25 de outubro
Entre os dias 21 e 25 de outubro foram divulgados poucos dados econômicos, mas mesmo assim causaram impacto considerável no Ibovespa. No Brasil, o evento mais destacado foi a reunião do BRICS, que trouxe como destaque a inclusão de regimes contestados.
“Essa situação gerou preocupações sobre a relação comercial com os EUA e seus possíveis impactos em setores sensíveis da economia brasileira”, disse Jefferson Laatus, chefe-estrategista do Grupo Laatus.
Além disso, a inflação brasileira trouxe novos sinais de preocupação, com o Boletim Focus projetando uma alta de 4,50%, próximo ao teto da meta. “Essa pressão inflacionária pode levar o Banco Central a aumentar a Selic para 11,75% até o final de 2024, segundas projeções”, afirmou Laatus.
Mesmo com o PIB projetado de 3,05% para este ano, gerando uma economia resiliente, a expectativa de juros altos pode limitar o crescimento em 2025, estimado em 1,93%.
Além dos dados, membros do BC e representantes da área financeira do governo discursaram durante o evento do FMI. Um dos pronunciamentos mais relevantes foi do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que afirmou não haver planos para uma reformulação no arcabouço fiscal, mas sim um reforço das medidas atuais, focadas no ajuste das despesas.
No exterior, os ativos globais reagiram ao avanço do candidato à presidência dos EUA, Donald Trump, nas pesquisas eleitorais.
“Outro ponto que merece destaque é o avanço das tesourarias nesta semana, impulsionado pelos discursos mais rígidos dos dirigentes do FED”, acrescentou Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.
De acordo com o especialista, os dados refletem as preocupações com a perspectiva fiscal e o elevado nível de dívida dos EUA. Isso poderia resultar em um juro real neutro mais alto no longo prazo.
Ibovespa durante a semana
- Segunda-feira (21): -0,11%
- Terça-feira (22): -0,31%
- Quarta-feira (23): -0,55%
- Quinta-feira (24): +0,65%
- Sexta-feira (25): -0,13%
- Semana: -0,46%