Acompanhamento da Bolsa

Ibovespa reage a incertezas fiscais e sinais da política monetária; dólar sobe

Presidente do BC questiona efeito dos juros altos; governo busca acordo com o Congresso sobre IOF

Foto: Ibovespa/CanvaPro
Foto: Ibovespa/CanvaPro

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores nacional, a B3, opera em queda nesta quarta-feira (9). enquanto investidores seguem atentos a novidades sobre a política comercial dos EUA, após a promessa do presidente Donald Trump de mais anúncios.

Por volta das 12:50h (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,85%, aos 138,113% segundo dados da B3. 

Já o dólar comercial avançava no mesmo horário, cotado a R$ 5,45, em alta de +0,20%.

IOF e Galípolo 

No Brasil, nesta quarta-feira (9), o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, participou de audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. 

A presença ocorre em meio às incertezas sobre a trajetória da dívida pública e aos questionamentos sobre a política monetária atual.

Durante a sessão, Galípolo ressaltou a aparente contradição entre os juros reais elevados — atualmente em torno de 10% — e indicadores positivos do mercado de trabalho.

 “O que a gente tem dito no BC há algum tempo é que isso sugere que talvez os mecanismos de transmissão da política monetária não funcionem com a mesma fluidez no Brasil como em outros países”, afirmou.

EUA: Tarifas e ata do BC

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na terça-feira (8) que fará um anúncio na manhã desta quarta-feira (9) sobre questões comerciais envolvendo pelo menos sete países, enquanto outros deverão ser mencionados à tarde. 

A expectativa é de que o comunicado trate da imposição de novas tarifas, medida que vem sendo antecipada por Trump por meio de cartas enviadas a chefes de Estado e publicações em sua rede social. Até o momento, o presidente já impôs tarifas a 14 países.

Também na terça-feira (8), Trump declarou que pretende anunciar sobretaxas sobre a importação de semicondutores e medicamentos. Segundo ele, a alíquota para os remédios pode chegar a 200%, embora o governo deva conceder um prazo de cerca de um ano para que as farmacêuticas “se organizem”.

As sinalizações de novas barreiras comerciais aumentam a aversão ao risco nos mercados globais, o que tende a pressionar bolsas emergentes como a brasileira. Investidores adotam uma postura mais cautelosa diante da possibilidade de medidas protecionistas que afetem cadeias globais de produção. 

Além disso, a expectativa pela divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, também nesta quarta-feira (9), contribui para a volatilidade. Caso o documento traga sinais de manutenção dos juros em patamar elevado nos Estados Unidos, o fluxo de capital estrangeiro para países como o Brasil pode diminuir, influenciando negativamente o Ibovespa.

Cotação dos índices dos EUA

Dow Jones: -1,01%

S&P 500: -0,78%

Nasdaq: -0,80%