A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de setembro, divulgada nesta quinta-feira (16) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indicou o melhor resultado desde março de 2021, chegando a 72,5 pontos. A pesquisa varia de zero a 200 pontos, sendo que resultados acima de 100 indicam satisfação e abaixo de 100, insatisfação. As informações são da Agência Brasil.
Com a alteração sazonal, a série mostrou crescimento mensal de 1,9%. “Esse foi o quarto crescimento consecutivo”, observou, em entrevista à Agência Brasil, a economista Catarina Carneiro da Silva, responsável pela pesquisa.
O valor registrado em setembro representou crescimento de 7,2% ante o mesmo período de 2020, quando chegou a 67,6 pontos, no entanto permanece abaixo do nível de satisfação de 100 pontos, o que acontece desde abril de 2015, quando o ICF marcou 102,9 pontos.
Para Catarina, a expectativa de consumo segue o indicador com maior crescimento (+3,7%), a exemplo do que ocorreu nos meses anteriores, enquanto o nível de consumo atual atingiu o maior nível desde maio de 2020, da ordem de 57,6 pontos, com alta de 2,4%. “Ou seja, no curto prazo, as famílias já estão vendo o seu consumo próximo ao que era no período pré pandemia e a perspectiva é que continue crescendo”.
A economista da CNC ainda observou que a perspectiva continua positiva, apesar da inflação. Ela admitiu que a inflação afeta o consumo, tanto que a análise do momento para bens duráveis sofreu variação mensal negativa de 0,5%.
No entanto, na análise anual, a variação foi positiva, atingindo 1,7%. Para a economista, apesar do impacto da inflação, a situação das famílias continua melhor do que estava no ano passado: “as famílias estão conscientes da inflação e muito cautelosas com ela, mas não o suficiente para impedir elas de consumir. Elas estão sentindo o impacto, mas a tendência continua sendo positiva.”