Economia

IGP-10 acelera para 0,62% em dezembro, acima do esperado

Em dezembro de 2022, o índice registrou um aumento de 0,36%, acumulando uma elevação de 6,08% nos últimos 12 meses

No mês de dezembro, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) registrou um aumento de 0,62%, acelerando em relação à alta de 0,52% no mês anterior, conforme divulgado nesta sexta-feira (15) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No acumulado de janeiro a dezembro de 2023, o índice apresenta uma queda de 3,56%.

Em dezembro de 2022, o índice registrou um aumento de 0,36%, acumulando uma elevação de 6,08% nos últimos 12 meses. O dado superou a mediana das projeções coletadas pelo consenso Refinitiv, que estimava um aumento de 0,48% no mês.

André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, destacou que no mês, os preços ao produtor foram impulsionados principalmente pelas commodities. A contribuição significativa do minério de ferro (de 0,82% para 4,66%), do milho (de 0,68% para 7,16%), da soja (de -1,27% para 1,76%) e do café (de 3,57% para 5,86%) representou 79% do resultado geral do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), conforme mencionado em comunicado.

No que diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC), merecem destaque os serviços bancários (de uma variação de 0,00% para 2,34%) e o aluguel residencial (de -0,96% para 0,98%).

IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou uma variação de 0,81% em dezembro, acelerando em comparação à alta de 0,60% no mês anterior. Na análise dos estágios de processamento, observa-se que os preços dos Bens Finais aumentaram de 0,13% em novembro para 0,36% em dezembro. O subgrupo de alimentos processados desempenhou um papel significativo nesse resultado, com sua taxa passando de 0,45% para 0,86%.

O índice referente a Bens Finais (ex), que desconsidera os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, apresentou um aumento de 0,42% em dezembro, em comparação com a variação de 0,27% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários experimentou uma reversão, indo de um aumento de 0,97% em novembro para uma queda de -0,20% em dezembro. O movimento principal nessa mudança foi proveniente do subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa variou de 1,16% para 0,09%.

O índice de Bens Intermediários (ex), calculado ao excluir o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, registrou uma queda de 0,17% em dezembro, em contraste com a alta de 0,65% no mês anterior.

O índice do grupo Matérias-Primas Brutas apresentou um aumento significativo, passando de 0,65% em novembro para 2,45% em dezembro. As principais contribuições para esse avanço na taxa do grupo foram provenientes do minério de ferro (de 0,82% para 4,66%), soja em grão (de -1,27% para 1,76%) e milho em grão (de 0,68% para 7,16%).

IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) perdeu força, apresentando um aumento de 0,22% em dezembro, em comparação com o índice de 0,39% registrado em novembro. Quatro das oito classes de despesa que compõem o índice mostraram uma redução em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (de 2,93% para 0,97%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,44% para -0,25%), Vestuário (0,22% para -0,30%) e Comunicação (-0,06% para -0,29%).

As principais contribuições para este movimento partiram dos itens: passagem aérea (de 17,37% para 4,60%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,77% para -2,10%), roupas (0,10% para -0,35%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,10% para -0,51%).

O grupo Alimentação manteve a taxa de variação em 0,40%, igual à registrada na última apuração. As principais influências para esse resultado foram observadas nos itens: arroz e feijão (de 1,04% para 3,13%), contribuindo para a alta, e hortaliças e legumes (de 4,51% para 3,00%), contribuindo para a queda.

Em contrapartida, os grupos Habitação (-0,06% para 0,37%), Despesas Diversas (0,13% para 1,24%) e Transportes (-0,21% para -0,19%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: aluguel residencial (-0,96% para 0,98%), serviços bancários (0,00% para 2,34%) e transporte por aplicativo (1,70% para 2,72%).