FGV IBRE

IGP-10 cresce acima das projeções em fevereiro e chega a 0,87%

Os especialistas projetavam uma desaceleração para 0,25% ante o indicador ter avançado 0,53% em janeiro

IGP-10
IGP-10 (Foto: unsplash)

O IGP-10 (Índice geral de preços -10) cresceu mais que o projetado por analistas da Reuters. Os especialistas projetavam uma desaceleração para 0,25% ante o indicador ter avançado 0,53% em janeiro. Contudo, o marcador chegou a 0,87% em fevereiro.

Como apurou o portal InfoMoney, o índice passa a acumular alta de 8,35% no acumulado de 12 meses. O IPA – 10 (Índice de preços ao produtor amplo), medidor de preços no atacado o foi um dos responsáveis pelo resultado acima do esperado, o IPA representa 60% do resultado do IGP e teve alta de 1,02% em fevereiro.

Segundo o economista da FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) Matheus Dias, o IPA reverte o movimento para desacelerar o IGP, onde no mês de janeiro viu uma queda nos preços das commodities.

“Parte desse movimento pode ser atribuída ao café (em grão) e ao café moído, que apresentam persistência nas altas em fevereiro; os bovinos também são destaque dessa alta”, completou.

Café tem grande peso

O café torrado e moído disparou 17,86% em fevereiro segundo a pesquisa, e os preços dos bovinos tiveram valorização de 3,30%. O IPC -10 (Índice de Preços ao Consumidor), responde por 30% do IGP- 10 registrou alta de 0,44% no mês.

“A alta do IPC foi influenciada pelos reajustes das mensalidades escolares e do transporte público. Assim como ocorreu nos preços ao produtor, o café para os consumidores também registrou forte elevação”, afirmou Dias.

Somente o café em pó passou a subir 11,11% no varejo em fevereiro, de 6,39% em janeiro.

Alta do Café: limitação de oferta é constante segundo analistas

café é uma commodity aproveitada mundialmente e com seu preço subindo, consumidores e governos vem questionando a causa da alta e até quando ela deve durar. O BP Money procurou especialistas para entender o contexto e como o produto deve se comportar no Brasil.

Por ser um recurso natural, a volatilidade do valor do café está relacionada a sua safra. A previsão de colheita em 2025 no Brasil prevê uma produção de 51,8 milhões de sacas de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), uma queda de 4,4% em relação a 2024.

A piora se dá por condições hídricas e altas temperaturas. A incerteza climática é observada em outros países, o que fez o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) calcular o estoque de café o menor das últimas temporadas.