O primeiro mês do ano começou com o Índice Geral de Preços (IGP-10) dando o primeiro passo com o pé esquerdo na economia, ao registrar alta de 1,79% em janeiro, de acordo com cálculo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado nesta segunda-feira (17).
O resultado vem após a inflação oficial brasileira encerrar 2021 acima de 10%, atingindo sua maior alta desde 2015. Antes disso, o IGP-10 havia registrado um equilíbrio em dezembro, quando registrou um recuo de 0,14%
Com esse resultado, o índice acumula alta de 17,82% em 12 meses. Enquanto que em janeiro de 2021, o índice aumentou 1,33% no mês e acumulava elevação de 24,49% no período anual.
Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de janeiro, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 revelaram alta de 2,27%, ante uma redução de 0,51% em dezembro. Entre os grupos componentes do IPA, o destaque ficou com as Matérias-Primas Brutas, que saltaram 5,43% em janeiro, deixando para trás a queda de 3,78% registrada no último mês de 2021.
Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram aumento de 0,40% em janeiro, após o avanço de 1,08% em dezembro. Das oito classes de despesa componentes do índice, registraram decréscimo em suas taxas de variação: Transportes (2,49% para -0,26%), Educação, Leitura e Recreação (2,61% para 0,38%), Comunicação (0,08% para 0,00%), Despesas Diversas (0,16% para 0,10%) e Habitação (0,77% para 0,74%).
Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve alta de 0,50% em janeiro, depois de subir 0,54% em dezembro.Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de dezembro de 2021 para janeiro de 2022: Materiais e Equipamentos (0,81% para 0,91%), Serviços (0,61% para 0,97%) e Mão de Obra (0,28% para 0,05%).
“As acelerações observados nos preços do minério de ferro (de -19,28% para 24,56%) e da soja (de -3,41% para 2,92%), itens de maior peso no índice ao produtor, orientaram o avanço da taxa do IPA, índice com maior influência sobre o IGP-10. Já a inflação ao consumidor e na construção civil apresentaram desaceleração em função da queda do preço da gasolina (de 5,50% para -1,51%) e de vergalhões e arames de aço (de -0,40% para -1,61%), nesta ordem”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços, em comentário no relatório.