Em março, o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) registrou uma queda de 0,30%, marcando o terceiro mês consecutivo de deflação. Essa variação foi menos intensa do que a expectativa dos analistas, que esperavam uma deflação de -0,39%, conforme divulgado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) nesta sexta-feira (5).
No acumulado do ano, o IGP-DI apresenta uma queda de 0,97%, enquanto nos últimos 12 meses a retração é de 4,0%. Em comparação com março de 2023, houve uma diminuição menos acentuada do índice, que havia caído 0,34% naquele período.
IGP-DI: fatores da queda
André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, destacou que alguns fatores contribuíram para a redução menos intensa do IGP-DI em março.
Entre as influências, estão os preços da soja, que passaram de uma queda de 10,02% para um aumento de 2,71%, além das variações da mandioca, que foram de -0,54% para um acréscimo de 7,02%, e do açúcar VHP, que passou de -1,17% para 7,45%.
IPA
Em março, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) registrou uma queda de 0,50%, marcando uma desaceleração em relação aos 0,76% observados em fevereiro.
Analisando por estágios de processamento, o grupo Bens Finais teve uma variação de -0,23% em março, contra 0,50% em fevereiro.
A queda foi liderada pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja variação passou de 6,25% para 0,10%. J/
á o índice de Bens Finais, excluindo alimentos in natura e combustíveis para consumo, apresentou uma queda de 0,29% em março, após variar -0,19% em fevereiro.
No grupo Bens Intermediários, houve uma reversão significativa, saindo de uma deflação de -0,17% em fevereiro para uma alta de 0,68% em março. Esse aumento foi impulsionado pelo subgrupo de materiais e componentes para manufatura, cuja taxa passou de -0,62% para 0,71%.
IPC
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) registrou uma variação de 0,10% em março, marcando uma desaceleração em relação aos 0,55% do mês anterior.
Sete das oito classes de despesa que compõem o índice tiveram uma redução em suas taxas de variação: Transportes (0,87% para 0,21%), Educação, Leitura e Recreação (-1,17% para -2,22%), Alimentação (1,06% para 0,56%), Despesas Diversas (2,05% para 0,42%), Comunicação (0,43% para -0,31%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 0,32%) e Vestuário (0,34% para -0,03%).
Essa desaceleração foi impulsionada por itens como gasolina (2,60% para 0,35%), passagem aérea (-6,51% para -12,03%), hortaliças e legumes (5,75% para -0,54%), serviços bancários (3,51% para 0,74%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,49% para -0,46%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,95% para 0,40%) e roupas (0,33% para -0,11%).
Por outro lado, o grupo Habitação (0,32% para 0,53%) apresentou um aumento em sua taxa de variação. Destaca-se nessa classe de despesa o aumento no preço da tarifa de eletricidade residencial, que passou de -1,50% para 0,35% entre as medições.