O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) registrou deflação de 0,38% em julho, após uma inflação de 0,62% em junho, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). Foi a primeira deflação desde o final de 2021, que levou a alta acumulada 12 meses a um dígito pela primeira vez em mais de um ano.
O resultado do IGP-DI reflete as baixas expressivas nos custos de commodities e produtos energéticos. De acordo com a pesquisa da Reuters, a projeção era de queda de 0,15%.
A queda mensal registrada no mês passado foi a primeira desde novembro de 2021, quando o IGP-DI havia caído 0,58%, de acordo com os dados da FGV.
Em julho, o IPA-DI (Índice de Preços ao Produtor Amplo, que responde por 60% do indicador geral, teve queda de 0,32%, contra alta de 0,44% no mês anterior.
“As quedas verificadas nos preços de grandes commodities – minério de ferro (de -1,63% para -12,94%), soja (de -0,81% para -2,27%) e milho (de -3,30% para -4,98%) – explicam a desaceleração da inflação ao produtor”, explicou em nota André Braz, coordenador dos índices de preços, segundo o G1.
A pressão para o consumidor também diminuiu em julho, uma vez que o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que representa 30% do IGP-DI, caiu 1,19% no mês passado, depois de avançar 0,67% em junho.
IGP-DI já reflete medidas do Governo
Ainda de acordo com o pesquisador, prevaleceram contribuição dos energéticos, “principalmente gasolina (de 0,18% para -14,24%) e energia elétrica (de -0,41% para -5,13%)”.
Os preços de combustíveis e energia elétrica têm mostrado quedas expressivas sob vários indicadores de inflação desde que o governo sancionou, em junho, a lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre esses e outros setores da economia.
Outras medidas tomadas pelo governo para conter a inflação envolvem cortes em alíquotas de tarifas de importação, IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e PIS/Cofins sobre combustíveis.
O INCC (Índice Nacional de Custo de Construção) desacelerou sua alta 0,86% em julho, de 2,14% antes.
O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.