Economia

IGP-M acelera em dezembro, mas encerra 2023 com queda de 3,18%

No último mês do ano, IGP-M ficou 0,74%, acima do consenso do mercado, que era de 0,66%

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nesta quinta-feira (28) que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou um aumento de 0,74% em novembro, comparado ao acréscimo de 0,59% registrado no mesmo mês do ano anterior. Com esse resultado, o índice acumulou uma deflação de 3,18% ao longo de 2023.

No mês de dezembro de 2022, o índice havia apresentado um aumento de 0,45%, contribuindo para um aumento acumulado de 5,45% ao longo dos últimos 12 meses. O dado de dezembro ficou aquém das expectativas dos analistas, conforme o consenso da LSEG, que antecipava uma inflação de 0,66% para o mês.

De acordo com André Braz, responsável pelos índices de preços da FGV, o IGP-M alcançou sua menor taxa anual desde o início da série histórica. O Índice de Preços por Atacado (IPA), que tem a maior influência sobre o IGP-M, também apresentou a menor taxa de variação em sua série histórica nos doze meses encerrados em dezembro, registrando -5,60%.

IPA

Em dezembro, o IPA registrou um aumento de 0,97%, superando a elevação observada em novembro, que foi de 0,71%. Ao analisar os estágios de processamento, destaca-se que a taxa do grupo de Bens Finais teve um acréscimo de 0,86% em dezembro, em contrapartida à queda de 0,14% no mês anterior.

O principal fator que contribuiu para esse desempenho foi o subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa evoluiu de -1,65% para 6,20% no período mencionado. O índice referente a Bens Finais (ex) (excluindo os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para o consumo) registrou uma variação de 0,45% em dezembro, em comparação com 0,29% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários registrou uma redução de 0,74% em dezembro, indicando uma desaceleração em relação à variação de 1,23% observada no mês anterior.

O principal elemento que impactou essa tendência foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa variou de 3,90% para -2,77%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) registrou uma queda de 0,34% em dezembro, contrastando com o aumento de 0,71% observado em novembro.

IPC

Em dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve uma variação de 0,14%, marcando uma desaceleração em comparação com o aumento de 0,42% registrado em novembro. Seis das oito classes de despesas componentes do índice apresentaram uma redução em suas taxas de variação.

A maior contribuição foi proveniente do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação diminuiu de 2,05% para 0,65%. Dentro desta classe de despesa, destaca-se o comportamento do item passagem aérea, cujo preço apresentou um aumento de 3,10%, em contraste com os 11,44% na edição anterior.

Os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para -0,32%), Despesas Diversas (1,29% para 0,07%), Comunicação (-0,05% para -0,39%), Alimentação (0,58% para 0,55%) e Vestuário (0,09% para 0,00%) também registraram queda em suas taxas de variação. Destacam-se o comportamento de itens específicos dentro dessas classes de despesa, tais como perfume (-1,28% para -8,00%), serviços bancários (2,19% para 0,15%), tarifa de telefone residencial (-0,29% para -2,46%), hortaliças e legumes (7,58% para 2,65%) e relógios e bijuterias (0,99% para -0,55%).

INCC

Em dezembro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou uma variação de 0,26%. Isso representa um avanço em comparação com a taxa de 0,10% registrada em novembro.

Os três grupos que compõem o INCC tiveram as seguintes variações na transição de novembro para dezembro: Materiais e Equipamentos (-0,17% para 0,30%), Serviços (0,39% para 0,09%) e Mão de Obra (0,42% para 0,23%).