A inflação apurada pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) deve encerrar o ano com alta acima de 6%, conforme previsão de Matheus Dias, economista do FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
A primeira prévia do IGP-M acelerou de 0,94% para 0,99% de outubro para novembro. Considerando a primeira prévia de novembro, esta foi a maior taxa desde abril de 2022.
No acumulado de 12 meses foi de 6,01% até a primeira prévia do IGP-M de novembro. Em 2023, o IGP-M acumulou queda de 3,18% na taxa anual.
No momento, há dois pontos principais que têm afetado o indicador, indicou Dias. O primeiro é a valorização do dólar frente ao real e o segundo é o impacto dos problemas climáticos que causam prejuízos à oferta de itens agrícolas.
Isso mexe, consequentemente, com a condução das acelerações de preços, tanto no atacado quanto no varejo.
A aceleração dos preços ocorreu tanto no varejo quanto no atacado, observou o técnico sobre a primeira prévia do IGP-M.
Enquanto isso, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que representa o setor atacadista e tem peso de 60% no total do IGP-M, avançou para 1,25% na prévia de novembro. Ao passo que o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que representa 30% do IGP-M, passou de 0,19% para 0,22%.
“O IPC ele tem uma aderência muito forte com o IPCA e ambos devem estourar o teto da meta inflacionária esse ano”, acrescentou Dias.
O IPC-M acumula alta de 4,21% até a primeira prévia do IGP-M de novembro. Até outubro, o IPCA acumula alta de 4,76% em 12 meses até outubro, acima do teto de tolerância da meta inflacionária de 3%.
No entendimento do especialista da FGV/Ibre, esses fatores de impacto não vão sumir até o final do ano, com o dólar em tendência de alta no período.
“Isso é um ponto bastante importante: o dólar afeta bastante os preços internos”, lembrou. “A cadeia produtiva como um todo é muito afetada pelo câmbio”, destacou Dias.
IGP-M acelera mais que o previsto em outubro, para 1,52%
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) registrou inflação de 1,52% em outubro, vindo de 0,62% no encerramento de setembro, informou o FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Analistam esperavam uma alta de 1,48%.
Com o resultado do mês de outubro, o índice passou a acumular em 12 meses alta de 5,59%.
Com peso de 60%, o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo) subiu 1,94%, depois de alta de 0,70% no mês anterior.
No mesmo período, o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor), que representa 30% do IGP-M, teve alta de 0,34% (vindo de 0,20%).
Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), que tem peso de 30% no índice geral, teve alta de 0,42% no período, depois de ter avançado 0,33% em setembro, com aceleração em cinco das oito classes que compõem o número.
O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) passou a subir 0,67% em outubro, de uma alta de 0,61% em setembro.