Economia

IGP-M: prévia indica deflação no 1º semestre, segundo FGV Ibre

Os dados da segunda prévia do IGP-M mostraram recuo de 0,49% para fevereiro, contudo, este foi o mais fraco resultado desde julho do ano passado

A segunda prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), revelou que fevereiro teve a menor taxa em sete meses. Além disso, o índice, que é utilizado no reajuste de aluguel, também pode sinalizar período negativo nos Índices Gerais de Preços (IGPs), no primeiro semestre. As afirmações são de André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo indicador.

Os dados da segunda prévia do IGP-M mostraram recuo de 0,49% para fevereiro, contudo, este foi o mais fraco resultado desde julho do ano passado, com queda de 0,72%. De acordo com o Valor Econômico, o indicador deve ficar em um patamar abaixo do aumento de 0,33% na apuração prévia de janeiro.

 “O IGP-M fechado de fevereiro deve finalizar negativo, em torno dessa taxa [da segunda prévia]”, disse Braz. O técnico também falou sobre as razões que puxaram a taxa para baixo nos novos resultados, ele cita o atual movimento de preços de commodities em baixa. Como acréscimo, Braz lembrou que esses produtos pesam fortemente no atacado. 

Influências sobre o IGP-M

Ele recorda que a evolução desses preços é mensurada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), sub-indicador componente do IGP-M, com peso de 60% no total do índice. Saindo da segunda prévia de janeiro para a segunda prévia de fevereiro, o IPA-M saiu do nível de crescimento em 0,30% para uma queda de 0,84%. 

Dentre as vertentes de influência desse resultado do IGP-M, todas as principais commodities, ou itens relacionados, tiveram queda de preços, conforme destaque de Braz. A exemplo dos recuos em soja em grão, de 13,74%, milho em grão, de 0,64%, e óleo diesel, de 1,64%.

O El Niño também é um fator que impacta as commodities negativamente, por conta dele, as projeções para a oferta agrícola foram reduzidas.  “Mas o [prejuízo com o] ‘El Nino’ aparentemente não está sendo projetado como tão forte”, notou o economista.