O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende, ainda em 2023, isentar do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) trabalhadores que recebem até dois salários mínimos mensais, o equivalente a R$ 2.604, segundo o Estadão. Atualmente, quem recebe até R$ 1.903 por mês está isento do tributo.
O último reajuste foi em 2015, quando o salário mínimo era de R$ 788 e só pagava imposto quem ganhava acima de 2,4 salários mínimos. A medida, então, visa diminuir o impacto da falta de reajuste na tabela, que enfrenta a maior defasagem da série histórica de 148,10%.
Como promessa eleitoral, Lula quer ampliar a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, essa parte da reforma tributária só deve acontecer no segundo semestre do ano. Neste momento, a prioridade da pasta é aprovar a reforma tributária para consumo e o novo arcabouço fiscal.
Imposto de Renda: governo quer reforma no 2º semestre, diz Haddad
Durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) afirmou que o governo pretende votar uma reforma sobre o imposto de renda ainda no segundo semestre deste ano.
“No segundo semestre, nós queremos votar uma reforma tributária sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres do imposto e onerar quem hoje não paga imposto, muita gente no Brasil não paga imposto”, disse Haddad em evento em Davos. “Precisamos reequilibrar o sistema tributário para melhorar a distribuição de renda”, completou.
Já a reforma tributária sobre o consumo, que é a “primeira parte” do projeto, deve ser votada no primeiro semestre, segundo o ministro.
Haddad também destacou as medidas fiscais apresentadas pela sua pasta na semana passada, voltada para responsabilidade fiscal, e a aprovação da PEC da Transição antes mesmo da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O governo Lula tem ambições para além das medidas anunciadas na semana passada. O mercado já entendeu o que significa o governo Lula e os seus últimos dois mandatos dão a ele condições de fazer o país prosperar”, afirmou o ministro.
Segundo Haddad, o Brasil deve crescer além da média mundial, caso a agenda econômica esteja correta e as contas equilibradas.